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06 dezembro 2008

October Cap.1


October

por Bella Black Snape

Sumario: A missão não foi dada pra mim, mas vi, gostei e decidi cumprir... qual a missão? Salvar nosso Severo é claro!!!

Disclaimer: Embora seja difícil, acredite, o mundo de Harry Potter não me pertence, afinal se o mundo de Harry Potter me pertencesse, com certeza seria tudo diferente, e pra começar não teria o instinto assassino que a J.K. tem, e certamente não traumatizaria uma criança com o nome de Albus Severus, é ridículo!!!!

Ela estava estática, simplesmente não conseguia se mover, seu mundo havia se despedaçado ali, naquele instante. Ela nunca pensou que veria aqueles olhos negros tão opacos daquele jeito, tão sem vida, olhando na sua direção, mas, certamente não podiam lhe ver. Não era tristeza, muito menos pena, mas agonia, agonia por não poder fazer nada, agonia por não ter dito nada enquanto houve tempo. Até que uma voz lhe trouxe a realidade novamente:

-Hermione, vamos! - o dono da voz estava ofegante. - Tenho que resolver um pequeno problema... - e dizendo isso sacudiu um pequeno frasco onde estava um liquido prateado, certamente as memórias de Snape.

-Pode ir Harry, eu vou ficar. - disse a jovem com os olhos molhados, quase num sussurro – Não vou deixar ele aqui sozinho.

O menino-que-precisava-sobreviver-de-novo recebeu aquilo como um soco muito bem dado na boca de seu estomago. Havia uma guerra lá fora e ela queria ficar ali, com aquele monstro, aquele assassino. Seu final foi merecido, uma morte longa e dolorosa, como fazia com suas vitimas.

-Ele é um traidor, um bastardo que matou Dumbledore! E você vai ficar aqui para prestar homenagens a esse homem? - nenhum dos dois sabia precisar quando que Harry agarrou Hermione pelos ombros e começou a sacudi-la. Quando percebeu o que estava fazendo, ele rapidamente largou a garota e foi andando pra trás atordoado, já não era a primeira vez que ele descontava sua raiva na amiga, mas essa havia sido a gota d'agua.

Por alguns instantes o silêncio se fez presente até que um estalo aconteceu. Harry levou a mão ao rosto quente e vermelho e certamente com a marca dos cinco dedos de Hermione.

-Nunca mais fale assim dele na minha frente ouviu! - a garota enfatizou todas as palavras que disse entre os dentes – Agora saia! - ela apontava para o buraco no chão de onde vieram.

Ele olhava para ela sem entender, e quando recuperou sua calma tornou a falar:

-O que você pretende fazer? - ele a olhava de forma serena.

-Eu, er, realmente – sua voz estava embargada, já não podia sufocar seu choro – Não sei...

O amigo a surpreendeu em um abraço. - Tem certeza? - ela fez que sim com a cabeça – Tome cuidado. - e com isso ele se foi pela passagem aberta no chão.

Ela olhava para seu ex-professor sem saber o que falar, ou melhor, o que fazer. Foi quando ela sentou do lado do corpo quase inerte e percebeu que ele ainda respirava suavemente... Quase inconscientemente ela pegou a cabeça dele pôs no seu colo e começou a acariciar seus cabelos não tão oleosos.

I can't run anymore

Eu não posso correr mais

I fall before you

Eu caio diante de você

Here I am

Aqui estou eu

I have nothing left

Eu não tenho mais nada

Though I've tried to forget

Apesar de ter tentado esquecer

You're all that i am

Você é tudo que sou

Take me home

Leve-me para casa

I'm through fighting it

Eu não brigarei mais

Broken

Quebrada

Lifeless

Sem vida

I give up

Eu desisto

You're my only strength

Você é minha única força

Without you

Sem você

I can't go on

Eu não posso continuar

Anymore

Nunca mais

Ever again

Jamais

-Porque você me traiu assim? - a essa altura não dava mais pra distinguir o que era voz e o que era soluço – Você é tudo que eu tenho! Toda minha confiança estava em você, tudo que eu cri... Você era meu herói. – uma sombra de sorriso passou pela boca da jovem – Olha só em que ponto chegamos! – ela gargalhava sonoramente, embora a cena não fosse nem um pouco engraçada.

Estava tudo frio, terrivelmente frio. Ele podia sentir a vida esvaindo de si... Quanto mais efeito o veneno fazia, mais a sua alma lhe abandonava. Ele olhava fixamente para o teto, não tinha mais forças nem para piscar os olhos, ele via Dumbledore, sorrindo pra ele, no seu primeiro dia de aula. Ele pode sentir o chapéu seletor em sua cabeça, gritando bem alto Sonserina, mas, a lembrança que veio mais forte foi um olhar triste que uma grifinória de lindos olhos verdes lhe lançou.

Aqueles devaneios de certa forma lhe confortaram, enfim poderia morrer em paz, afinal, todos saberão que ele não foi o monstro que disseram, e sim, que esteve do lado da luz; ele não quis glória, nem fama, ele somente quis honrar a memoria de seu melhor amigo, seu protetor, seu pai, Alvo Dumbledore.

O homem que salvou sua vida, que lhe deu mais uma chance, aquele que não teve receio de ser traído, que morreu no lugar dele... Sim, era assim que ele contava a historia daquela noite para si mesmo. Que Dumbledore morreu por ele, e que ele poderia ter dado as costas e ido embora, mas não o fez por pura covardia.

Agora ele podia sentir que estava tendo alucinações. Não sentiu mais o chão duro debaixo de sua cabeça, mas sim algo macio e quente, e aquilo lhe dava um alivio, um conforto que nunca sentiu. E qual não foi sua surpresa quando sentiu uma mão acariciando seus cabelos. Ele virou seus olhos, e, com um pouco de esforço, pode ver uma imagem familiar entrar em foco, e se assustou.

Não sabia se era real ou ilusão, mas certamente era a sua grifinória, aquela que amou em segredo tanto tempo, aquela que admirou, que procurou proteger... Sim era ela, ele viu Hermione Granger.

A jovem chorava copiosamente sobre seu rosto, agora ele podia sentir as lagrimas quentes sobre sua pele gelada, mas as lagrimas não eram as dela, e sim as dele. Ele estava chorando, chorando em seu leito de morte, chorando de arrependimento, chorando por ter feito ela chorar.

-Por favor, não morra – sua voz se resumia em uma suplica – Eu preciso de você, mais do que qualquer coisa no mundo... Fique comigo Severo, fique comigo... - ela viu as lagrimas no rosto do homem e prontamente as secou – Me dê uma chance só uma chance... - E dizendo isso, ela se levantou devagar, depositando a cabeça dele suavemente no chão sujo de sangue.

Ela olhou em volta, percebeu que ficar lamentando não adiantaria de nada, e que se quisesse seu amado vivo teria que fazer alguma coisa. Viu uma mesa velha e pensou que poderia servir, concentrou-se o máximo que pode e a transfigurou em uma maca. Tinha que tira-lo dali, ela simplesmente apontou a varinha para o corpo no chão e o fez flutuar, sabia que os feitiços não-verbais exigiam mais do realizador, mas aquele altura, se ela pronunciasse o feitiço, certamente falaria errado.

Mas aí veio a pergunta, pra onde levá-lo? Certamente não poderia ser pro castelo, que aquelas horas já deveria estar em pedaços... Então um lampejo passou pela sua mente, ela não podia assegurar que o homem deixaria ela e seu “paciente” ficarem ali, mas se não tentasse, como saber? Rapidamente levitou o corpo mole de Snape até a maca conjurada, o cobriu com um lençol velho e forçando um sorriso disse:

-Vai dar tudo certo... Só não me deixe. - e depositou um beijo suave na testa molhada do homem.

Sentindo aquele contato ele se esforçou para virar a cabeça, e usando suas ultimas forças conseguiu falar a ultima palavra que veio em sua mente:

-Hermione... - e tudo ficou escuro...

Ela parou. Completamente chocada pelo que ouviu, buscou os olhos de seu ex-professor, mas eles estavam fechados. Ela entrou em panico, começou a chama-lo, a gritar pelo seu nome e nada. Então decidiu procurar pelos sinais vitais, verificou seu pulso, mas achou que por estar tão nervosa, a pulsação de seus dedos poderiam a estar enganando. Colocou a mão próxima ao nariz dele e relaxou quando sentiu a fraca respiração. Decidiu que deveria correr ou poderia ser tarde demais. Não haveria tempo para andar então se concentrou ao máximo que pode e aparatou.

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