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10 novembro 2009

O Sibilo da Serpente Cap.19

N/A: Peço perdão pela demora em postar, mas finalmente aqui está o capítulo 19, ainda não tem batalha, mas o capítulo está muito bom.

Atenção leitores:

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OoOoOoOoO

- Isso chega a ser engraçado sabia? – Hermione forçava um sorriso em seu rosto.

- Como? – ele levantou uma sobrancelha, meio que encarnando o mestre em poções de uma forma divertida.

- Você e eu. Nunca seria capaz de pensar em nós dois juntos. – ela dizia descontraída.

- Eu sou tão horrível assim? – ele usava seu tom de deboche costumeiro, mas de uma forma quase engraçada.

- Não Severo, você é bom demais. – e com isso ela acariciou o rosto do homem que automaticamente fechou seus olhos.

- E você é cega.

Ela gargalhou: - Você volta para Hogwarts hoje?

- Somente se você desejar. – ela se perguntou, onde aquele homem esteve escondido durante todos esses anos? Como ela não o enxergou em Hogwarts?

- Fique, por favor. – ela pediu olhando dentro dos olhos dele.

OoOoOoOoO

Fahrah parou em frente à lareira que se acendeu ao pé de sua cama. Ela se jogou no tapete felpudo e sorveu um gole de vinho enquanto admirava a dança das chamas. Será que deveria acatar o pedido do Lorde das Trevas? Ela estaria no front da guerra com certeza, mas em qual lado ela não sabia. A cinco meses atrás ela responderia que ficaria ao lado de Voldemort sem pensar duas vezes, mas a cinco meses as coisas mudaram. Ela esteve nos confins da França durante três anos, recrutando e negociando, firmando laços com os clãs mais diferenciados, ela sabia que conseguiria matar qualquer vampiro se quisesse, mas lutar contra um clã inteiro... Não é aconselhável. Ela esteve distante de jornais e notícias, ela esteve distante do mundo bruxo. Já havia perdido as esperanças de trazer Lilith para si, aquela era uma vida miserável, sem falar no pai da criança... Criança não, uma mulher. Uma linda mulher. Ela tinha o endereço da família Granger, sempre que podia lançava um feitiço da desilusão em si mesma e velava o sono da menina, uma coisa que nunca poderia fazer abertamente. Ou pensou que não poderia. Tudo mudou á cinco meses, quando retornou para Inglaterra e se hospedou no chalé de uma amiga. Ela viu a foto de sua filha no Profeta diário, ao lado dele, ao lado do Potter. Decidiu tomar uma atitude, a jovem era querida e respeitada do lado da luz, mas ainda sim estava correndo riscos, decidiu que deveria apresentá-la a Tom.

Agora ela via sua menina crescida, conversando nos jardins com um homem muito mais velho, muito mais vivido, muito mais perigoso do que qualquer namorado que ela poderia arranjar, muito mais “querido” pelo Lorde Negro do que qualquer comensal, com a exceção é claro, de sua querida Bellatriz. Fahrah riu por dentro, Tom Riddle nunca a amou, mas já foi apaixonado por ela sim, ela conheceu Voldemort com vinte e dois anos, ela pegou a fase mais humana dele, ela o conheceu com a alma quase intacta. E agora sua menina estava metida na guerra.

OoOoOoOoO

- Eu tenho um quarto aqui, ficarei por hoje. – ele falava sério. – Hermione, você tem certeza?

- Certeza sobre o que? – ela indagou preocupada.

- Sobre nós. – ele tentava se mostrar impassível e falava de um jeito técnico – Eu não tenho certeza se você está certa do que está fazendo. Eu sou mais velho – ela revirou os olhos e Severo fingiu que não viu – sou seu professor, sou comensal da morte.

- Grande coisa, tecnicamente eu sou filha do seu chefe. – ela esboçava um sorrisinho.

- Não brinque com isso garota. Você está no meio de uma guerra. Pare de se fazer de desentendida. – ele finalmente se exaltou. – Acho melhor parar por aqui. – ele levantou e Hermione segurou sua mão.

- Severo me escute – Severo percebeu que o seu tom era serio e seu rosto sombrio, mas seu olhar estava repleto de carinho? – Eu estou metida nesta guerra desde a raiz dos cabelos, mesmo se você virasse as costas para mim agora eu continuaria aqui, perto, fazendo tudo que estiver ao meu alcance para proteger você. – ela parou para tomar ar – Todas as vezes que você chegava de uma convocação eu estava lá, na torre de astronomia e se eu notasse qualquer coisa diferente em você eu chamava o Professor Dumbledore para que ele te acompanhasse. Severo, depois da minha amizade com Draco eu passei a freqüentar as masmorras, cada aula sua, cada vez que eu estava na sua sala, as vezes que eu deitei na sua cama, isso era uma tortura! – Nessa altura Snape já expressava surpresa no olhar, mas Hermione mantinha o mesmo tom. – Então, se estar com você e gostar de você for um erro – ela finalmente sorriu – simplesmente me deixe errar. – Ela o puxou para um beijo rápido. – E você fica uma graça com essa cara de desentendido.

Severo sentiu seu rosto ficar quente, lá estava ele se comportando como um adolescente outra vez. – Então amanhã cedo eu pedirei ao Lorde permissão para lhe cortejar.

- Você não pediu nem para mim! – ela dizia em uma imitação desastrosa de uma pessoa ofendida. – Além do mais deixe de ser velho Severo. Permissão para fazer a corte? Isso é coisa do século passado.

- O Lorde faz questão dessas formalidades, e sem querer ofender, ele está com a Srta. Mountgormay, e ela é do milênio passado. Se eu estiver vivo no café da manhã, sentarei ao seu lado na mesa, se não...

- Se não, você aparece no meu quarto depois da hora do café e me avisa, mas sem segundas intenções viu senhor Snape. – ela se aconchegou no peito dele.

- Pode deixar Srta. Granger. – Granger... Era tudo que ela queria ouvir, era tudo que ela queria ser.

- Severo, como devo me comportar amanhã? – a voz dela oscilou novamente para o tom gélido, de um jeito que só Severo Snape sabia fazer.

- O mais brutal possível... Provavelmente você terá de matar... – os olhos dele ficaram opacos de repente.

- E se eu não quiser? – ela perguntou, mas já sabia a resposta.

- Perdemos a guerra não é? – ele suspirou, não acreditou que estava fazendo com ela o mesmo que fizeram com ele. – Se quiser fugir, que seja agora. Depois não há mais volta.

- Vai haver Severo, agora nós somos dois. Estamos mais fortes do que separados. Tudo vai dar certo. – ele somente suspirou – Eu sei que você não gosta de falar nesses assuntos, ou pelo menos foi o que percebi.

- Desde quando eu sou transparente? – ele perguntou com um pouco mais de rispidez do que gostaria.

- Desde que eu aprendi a gostar de você. – essa não foi a resposta que ele esperava ouvir.

- Hermi... – ela pôs o dedo em seus lábios.

- Voldemort está descendo as escadas. Vá para seus aposentos, amanhã nós conversamos. – ela depositou um beijo delicado nos lábios dele e sussurrou em seu ouvido. – Sonhe comigo.

Snape deu um sorrisinho no canto dos lábios, fez uma mensura e rumou em direção à cozinha. E lá estava ele, o impassível Severo Snape se metendo em mais uma confusão... Ele já havia feito tantas coisas em prol dos outros, talvez estivesse na hora de fazer algo em favor de si mesmo. Se permitir cair nos encantos de uma jovem, uma encantadora jovem, Hermione Granger, ou seria Lilith Riddle? Seja quem fosse agora ela era dele, e ele não a deixaria escapar, muito menos se ferir, iria protegê-la nem que isso custasse sua vida. Ele estava subindo o primeiro lance de escadas quando sentiu alguém atrás de si, ele olhou, mas não havia ninguém, deveria ser o Lorde das Trevas, mas como Hermione sabia que ele estava descendo as escadas? Deviam ser os sentidos apurados do lado vampiro... Iria se lembrar de perguntar isso á ela.

Quem diria, Hermione Granger e Severo Snape namorando? Bom, mas não era namoro, ele não havia pedido, mas ela estava feliz do mesmo jeito. Ele era uma graça, um garoto, isso ela pode ver, mas não era Snape que a preocupava agora. Pensando nisso rumou em direção á cozinha que estava fracamente iluminada, conjurou dois castiçais e os pôs na bancada, foi até a dispensa e pegou o material necessário para fazer um sanduíche, até poucos minutos atrás ainda não havia percebido que estava com fome. Bom ela não havia se dado conta que a festa já tinha acabado fazia tempo e que só restavam poucos comensais na casa, estes claramente haviam bebido demais, já que suas vozes eram facilmente ouvidas de onde ela estava. Resolveu pegar uma garrafa de vinho também, para acompanhar seu lanche... Ela nunca havia realmente gostado de beber, mas hoje estava se revelando uma apreciadora de tudo que tinha teor alcoólico. Preparou seu sanduíche a maneira trouxa e sentiu que estava sendo observada, sabia que era ele, mas resolveu não se pronunciar, continuou o que estava fazendo e se sentou quando escutou a voz.

- Sem sono? – ele tentava passar um tom casual.

- Digamos que estou um pouco extasiada pelos acontecimentos da noite. – ela lhe dispensou um sorriso, um sorriso sincero, e ele nunca tinha visto um sorriso como aquele, não direcionado para ele.

- Isso é perceptível, é só olhar para o seu sorriso. – ele próprio tentou fazer aquilo que seria uma imitação de um sorriso.

- Merlin, está tão na cara assim? – ela agora se divertia, queria ver até onde o assunto iria chegar.

- Está sim minha cara, pelo jeito Severo não é bom apenas como comensal. – agora ela pode identificar outra emoção em sua voz, algo meio preocupante.

- Severo é um doce. – ela disse olhando nos olhos dele.

- Se está tentando me fazer rolar de rir desista, isso não vai acontecer. – ele foi mais decisivo dessa vez.

- Um dia eu ainda vou conseguir, o senhor vai ver. – ela resolveu que deveria falar. – Milorde?

- Sim. – o que ela queria agora, afinal, porque cargas d’água ele foi puxar assunto?

- Severo e eu, nós estamos nos entendendo. – ela respirou fundo, não com medo, mas buscando cautela. – Ele não sabe que estou falando com o senhor, mas minha intenção era procurá-lo para avisar que ele irá lhe procurar com o propósito de pedir permissão para me cortejar.

- Correto, mas o que você deseja me falando isso? – ele não estava gostando daquilo.

- Desejo lhe prevenir para que pense, por favor, a respeito. – ela sorveu um gole de vinho e fez um gesto em direção a uma taça vazia, como que perguntando se Voldemort aceitava. Ele meneou a cabeça em um sim e ela o serviu.

- Irei pensar Lilith, mas não prometo que irei aceitar.

- Obrigada Milorde. – e ela mais uma vez lhe sorriu. Porque aquilo lhe incomodava tanto?

- Me responda uma coisa, você já lançou alguma imperdoável na sua vida? – agora ele estava fazendo o que deveria ter feito desde o inicio.

- Nunca Milorde, o máximo que cheguei foi a um sectumsempra. – que ela não se arrependeu de ter lançado, não o tanto que gostaria.

- E foi um feitiço muito bom, imagina como deve ser sua cruciatus? – Hermione sorriu em resposta, mas um sorriso que possuía um tom de crueldade, desse sorriso Voldemort gostou.

- Não faltarão oportunidades para que o senhor a aprecie. – ela pareceu sincera aos ouvidos dele, e aos dela também, tinha que retomar o controle.

- A sensação de matar, é uma coisa que a gente nunca esquece. Matar não é bom nem mal, é um meio termo entre os lados, mas é por inteiro demonstração de poder. Você sabe que pode, você sabe que é capaz, a única vontade a ser imposta é a sua, os que não se curvam... – ele pausou e olhou significativamente dentro dos olhos dela. – Pedirei para Bella trazer um trouxa qualquer amanhã, você tem que treinar seu Avada.

Foi quando Hermione teve uma idéia brilhante, pelo menos para ela. – Milorde, se me permite, eu não desejo treinar. – um sorriso de triunfo pairava em seus lábios.

- Então como você espera lutar? Que nem seu amigo Potter? – ele sabia que havia tocado em um nome proibido e esperou para ver a reação dela.

- Eu espero lutar como o senhor, - ele se sentiu ligeiramente lisonjeado –mas eu acho as pessoas que usam o Avada sem nenhuma criatividade. Existem muitos feitiços mortais por aí, feitiços que uma criança no segundo ano de escola saberia lançar. – Hermione observou as feições de Voldemort e percebeu que ele estava prestando atenção. – O senhor aposta?

- Não sou dado a crer na sorte, mas prossiga. – que história de aposta era aquela?

- Eu aposto com o senhor que sou capaz de matar três trouxas sem usar nenhuma imperdoável e sem usar a força bruta. – Hermione se surpreendeu com as próprias palavras que saíram de sua boca, ela não sabia como iria fazer aquilo, mas ela faria. Ela se arrependeu por ter dito aquilo.

- Muito interessante. Se ganhar...

- Se eu ganhar, o senhor me da à permissão para me relacionar com Severo da maneira que eu julgar correta.

- E se eu ganhar você não volta para Hogwarts. – agora ele queria ver se ela iria dar para trás. Voldemort estendeu a mão direita para ela e apertaram as mãos.

- Você vai mesmo arriscar a sua volta a Hogwarts pelo Snape?

- Vou arriscar minha volta a Hogwarts porque eu posso! – Ela riu e se levantou ficando de frente para ele. – Será que eu posso saber por que o senhor quer que eu não volte? – ela perguntou educadamente.

- Por que no momento, esse é o lugar mais seguro do mundo, nós somos os inimigos e nós estamos aqui. Não quero que minha filha se machuque porqualquer coisa. – Voldemort percebeu que aquilo estava soando um pouco paternal demais para ele.

- Obrigada por sua preocupação, Milorde. – ela fez uma curta reverencia direcionada a ele e rumou em direção a porta.

- Lilith, - ela se virou – Durma bem. – ela só pôde sorrir.

OoOoOoOoO

Seis horas da manhã, céus, parecia que era o dia de seu casamento! Lá estava ele perambulando dentro de seu quarto ensaiando frases, criando argumentos e defesas de todas as possíveis colocações que o Lorde das Trevas poderia fazer. Ele estava se sentindo ridículo e decidiu que já hora de acabar com aquilo, fosse lá o que o Lorde resolvesse fazer, ele deveria estar disposto a arriscar, então rumou até o escritório. Ficou dois minutos parado na frente da porta, colocou sua máscara de frieza no rosto e tentou focar a mente em outra coisa, se fosse vitima de um cruciatus gostaria de não gritar. Então bateu, a porta se abriu e ele encontrou um Voldemort sentado em sua poltrona habitual lendo o Profeta Diário.

- Com licença, Milorde. – ele limpou a garganta para disfarçar o tremor na voz. – Bom dia. – Voldemort nem se deu o trabalho de levantar os olhos do jornal, sabia que se olhasse para Snape o azararia ali mesmo, o problema era que ele não queria fazê-lo, e se recusava a admitir o porquê.

- Veio aqui a essa hora para me dar bom dia Severo? – Snape notou que a voz do outro também não estava em seu perfeito estado, e tremeu por dentro.

- Bem, Milorde, eu vim para lhe dizer que em vista dos acontecimentos de ontem à noite... – ele recitava seu discurso com uma falsa segurança na voz, e foi quando Voldemort ergueu a mão.

- Antes você do que o Weasley. – ele se recusava a acreditar que estava fazendo aquilo.

- Como? – Severo deixou o espanto sobressair em sua voz. Era só aquilo que ele iria lhe dizer.

- Eu disse que antes você do que o Weasley, eu sei quem são as companhias dela e como me recuso a aceitar a hipótese de que o Potter encoste nela... Você é um dos meus homens, goza de minha confiança e é fiel a mim. – ele falava como se fala da chuva, ainda sem tirar os olhos do jornal. – Agora, Severo, se eu notar alguma coisa estranha com ela você morre. – ele se sentiu melhor em dizer isso, Snape não pôde deixar de engolir em seco, mas tinha certeza que no que dependesse dele, Hermione seria muito feliz. – Cuide bem da minha menina.

- Com a minha própria vida Milorde. – e fazendo uma reverencia que não foi vista pelo outro Snape saiu batendo a porta atrás de si e deixando um Voldemort pensativo. Porque ele não havia azarado Snape? Simples, ele não queria que sua menina parasse de lhe sorrir.

Severo voltou para seu quarto pensativo, porque o Lorde não havia feito nada? Ele simplesmente esperava receber, na melhor das hipóteses, meia hora de cruciatus. Ele sentiu que havia alguma coisa errada, se a aura de magia que emanava no Lorde das Trevas não fosse tão forte, ele diria que alguém tinha tomado polissuco e estava se passando por ele, visto que Voldemort nem tinha olhado para ele. Cuide bem da minha menina, essa era a frase que não saía de sua cabeça... Teria Hermione Granger conquistado a simpatia de Voldemort em tão pouco tempo? Impossível. Olhou para o relógio e se deu conta que o café já deveria estar servido, deu uma olhada rápida no espelho e concluiu que estava bem. Desceu as escadas e rumou para a sala de jantar e avaliou a cena, Lucius parado perto do bar com um copo de firewhisk pela metade as sete e meia da manhã, Narcisa sentada em uma das cadeiras da mesa fuzilando Hermione com o olhar, esta por sua vez estava parada de pé encostada em uma das paredes cochichando alguma coisa no ouvido de Bellatriz, que deu um sorriso debochado para Snape e cutucou a garota para que ela virasse. Ela estava linda, mas as roupas... Ela estava com uma blusa branca, leve, de mangas fofas, um pequeno colar de perolas, uma saia azul no estilo godê e um scarpin preto, tudo isso acompanhado de uma maquiagem leve e um coque de cabelo. Ela estava vestida como uma trouxa, como uma trouxa dos anos oitenta. Snape sorriu abismado.

- Apreciando minhas roupas Severo? – perguntou divertida.

- Bom dia para você também. – ela fez uma careta, ele nunca a tinha visto tão descontraída. – Quanto às roupas, uma escolha interessante, mas tudo em você fica lindo. – ele tomou a mão dela e depositou um beijo.

Todos olhavam para ele abismados, como ele tinha a audácia de cortejar a filha do Lorde das Trevas? Brown e McNair haviam chegado poucos segundos antes da cena acontecer e lançaram risinhos irônicos um pro outro. Lucius quase morreu engasgado, Narcisa reprovou o gesto do marido com o olhar, Fahrah, até agora calada, abaixou o jornal que lia para observar a cena.

- É, o amor é muito lindo, mas melação demais no café da manhã enjoa. – se todos já estavam espantados com a atitude de Snape, ficaram petrificados com as palavras de Bellatriz.

- Ora Bella, pare de ser tão azeda. – Hermione lhe sorriu. E passou a direcionar sua atenção a Severo. – Então? – ela mordeu o lábio inferior em uma falsa expectativa, um gesto que Snape achou muito atraente.

- Tudo certo. – ele ofereceu um braço a ela, e a guiou até a mesa, puxando sua cadeira e se sentando ao seu lado, como um perfeito cavaleiro.

- Esplêndido. – ao verem ela sentada, todos sentaram, menos Narcisa, que preferia ignorar sua presença. – O Lorde das Trevas não vem?

- Ele não costuma se juntar a nós nas refeições. – foi Lucius Malfoy quem falou, e notou-se que sua voz estava um pouco embargada.

- Não ter o costume não quer dizer que eu não possa fazê-lo. – ele entrou na sala para o espanto de todos. Ele sentou-se na cabeceira da mesa, fazendo com que Hermione ficasse automaticamente à sua direita. – Bom dia.

- Bom dia Milorde. – respondeu um coro de vozes meio acuadas, que não incluiu Fahrah, já que a mesma nem fez questão de se juntar as pessoas na mesa.

- Excelente dia! – Hermione respondeu animada e com um sorriso nos lábios. E, acreditem ou não Voldemort sorriu de volta para ela, gesto que não passou despercebido para ninguém na mesa.

- Teve uma boa noite suponho? – ele estava estranhamente incomodado ao ver que Snape estava sentado ao lado dela, foi quando reparou em suas vestes, que vestes eram aquelas?

- Ótima, obrigada por perguntar. Chá? – Severo não estava entendendo, de onde ela tirou aquela espontaneidade toda?

- Por favor. – de inicio, Voldemort não queria se aproximar muito da garota, mas ela era tão encantadora, tão parecida com ele... Era quase impossível não interagir com ela de maneira cordial. – Animada para hoje a noite?

- Mal posso esperar. – ela respondeu educadamente e voltou sua atenção para o brioche em sua frente. O café da manhã transcorreu tranquilamente, Voldemort terminou seu chá, pediu licença e se retirou, todos continuaram em um silêncio sepulcral, Hermione estranhou, mas Severo falou em seu ouvido que aquilo era normal e pouco a pouco um burburinho foi se instalando até que ela, pedindo licença se retirou da mesa, sendo prontamente acompanhada por Snape. – Pessoas educadas esse comensais. – ela constatou com um sorriso irônico que conseguiu arrancar uma famosa levantada de sobrancelha de Snape. – Excluindo o melhor deles é claro.

- Você está muito dada a elogios essa manhã. – Severo concluiu avaliativo.

- Tenho que tentar não pensar no que terei de fazer mais tarde. – ela sussurrou com uma voz estranhamente fria.

- Eu estarei lá. – ele fez uma indicação para que ela sentasse em uma das poltronas. – Se me permite dizer, o Lorde está muito feliz com você. Estranhamente admirado, eu arriscaria dizer.

- Ah Severo, você não sabe a besteira que eu fiz... – ele olhou para ela de um modo preocupado. – Eu apostei com o... Draco! – ela sorriu e se levantou.

- Apostou com o Malfoy? – agora ele não estava entendendo nada.

- Não Severo, o Draco acabou de chegar. – ela atravessou o saguão, se dirigiu ao hall de entrada e o cumprimentou. - É muito bom te ver Draco. – ela ostentava um sorriso sincero no rosto.

- É uma honra, Milady. – ele disse em um tom de voz formal enquanto se curvava. Ela simplesmente bufou.

- Pare de palhaçada Malfoy, anda logo e me dá um abraço. – ele percebeu que ainda era sua amiga que estava ali. Ele olhou para os lados para assegurar que estavam sozinhos, e ela se atirou no pescoço dele, ele fechou os olhos quando sentiu o seu perfume e a abraçou com força.

- Está tudo bem com você? – a preocupação dele era sincera.

- Poderia estar melhor, mas mediante as circunstancias, estou viva não estou? – foi quando ela notou que Draco a observava. – E então? – ela deu uma voltinha.

- Muito diferente, mas inegavelmente linda. – ele corou um pouco ao dizer isso. – A propósito, como sabia que era eu?

- Senti seu cheiro. Não pergunte, mais tarde eu te explico. - ele olhou para ela com uma cara de desconfiança. – Eu não preciso te convidar para entrar na sua própria casa não é? – ele seguiu a mulher a sua frente e tentou não fixar seu olhar em um outro ponto que não fosse o cabelo da mesma.

- Lilith. – ela virou para o lado, afim de dar atenção a Fahrah, Draco parou também, já tinha ouvido falar da tal mulher a sua frente, mas nunca havia visto tanta beleza em alguém, se concentrou em um esforço inútil para fechar a boca. – Poderia ir aos meus aposentos após o almoço? Tenho que conversar com você. – Hermione pode notar algo de diferente no tom de voz dela.

- Certamente. – então ela tentou estabelecer contato “Aconteceu algo?” a outra respondeu “Mais tarde querida”.

- Então nos vemos mais tarde. – e dizendo isso, ela se retirou sem nem olhar para trás. Hermione, quase esquecendo-se de Draco, cruzou a sala e se atirou na poltrona ao lado de Snape, até então Draco não havia se dado conta da presença dele.

- Professor Snape. – cumprimentou o mais jovem.

- Senhor Malfoy. Teve uma boa viagem? – Hermione, notou o tom de Severo e percebeu que ele não queria evidenciar nenhum tipo de relacionamento entre eles na frente de seu amigo, mas ela não deixaria aquilo barato.

- Excelente professor. – o outro sorriu em agradecimento e sentou de frente para eles, estranhando a proximidade da poltrona dos outros dois.

- É muito bom ter mais alguém conhecido para conversar aqui. – ela comentou. – Não é Severo? – ela acrescentou mordaz, tentando esconder a qualquer custo um sorrisinho que teimava em se formar no canto de seus lábios.

- Certamente que é. – ele entendeu aonde ela queria chegar, e se ela estava pensando que iria fazê-lo passar de bobo na frente de seu próprio afilhado ela estava muito enganada. – Percebi que a Srta. Mountgormay lhe chamou. – ele ficou o mais serio que pode, e fingiu um semblante preocupado. – Problemas querida?

Querida? Filho da mãe, ele nunca a havia chamado daquele jeito, não que ela não tivesse gostado, mas precisava ser numa situação sarcástica como aquela? – Parece que sim. – ela baixou os olhos, mas não sem antes vislumbrar um Draco Malfoy estupefato. – O que mais falta acontecer Severo? – e num ato meio impensado ela segurou uma das mãos dele, só aí que ela se deu conta que estava preocupada mesmo. Ao lado dela estavam duas pessoas que ela gostava muito, o seu melhor amigo e o seu amor platônico, quer dizer, não mais. Por um momento ela se permitiu fraquejar e dar um sorriso de cansaço para os dois. Antes que algum deles pudesse falar alguma coisa Bellatriz se juntou a eles. – Com licença. Milady. – ela fez uma curta reverência para Hermione, que balançou a cabeça em aprovação. Ignorou a presença de Snape e virou em direção a Draco. – Narcisa só me disse que você viria pra casa hoje. Sua mãe não está em perfeito estado mental. – ela se sentou e sorriu sarcasticamente para o jovem rapaz. Esse era o jeito dela demonstrar que havia sentido saudades dele.

- Também senti saudades titia. – Draco se permitiu uma risada curta.

- Mas afinal, são dez horas da manhã, que tipo de coisa tem para se fazer nessa casa? – Hermione quem falou, e Draco percebeu que ela ainda não havia soltado a mão de Snape, e que esse por sua vez, fazia afagos vez ou outra nas costa de sua mão com o polegar.

- Bom eu sei de uma coisa. – a voz de Snape falou, enquanto seus olhos brilhavam em direção a Bellatriz, que deu um risinho em resposta.

- Se for a mesma coisa que eu penso... – ela pareceu avaliar a situação. – Mas teria que ser interno, só para nós quatro.

- Eu não sei se Narcisa iria deixar que Draco participasse, ele pode se machucar. Além do mais temos que pedir permissão ao Lorde...

- Se incomodariam em nos incluir na conversa? – Hermione gesticulou no meio deles se fazendo de desentendida. – O que precisa de tanta permissão assim?

- Campeonato de duelos. Nesse caso, mais um treinamento. – Bella se pôs a explicar. – Draco poderia ser o avalista das lutas. – ele por sua vez, não estava gostando da idéia, Hermione poderia se machucar, mas foi Snape que falou.

- E Lilith lutaria com nós dois? – tanto Hermione quanto Bella se surpreenderam com as palavras de Snape, Hermione porque ele não a chamava assim e Bella, por ele ter coragem de demonstrar tanta intimidade entre eles.

- Ora Severo que hipocrisia! Eu te desarmei no meu terceiro ano de escola! – ela disse divertida enquanto apontava um dedo acusador para ele.

- Verdade Snape? Logo você “O melhor e mais fiel comensal da morte” – ela fez uma imitação da voz gutural do homem arrancando aplausos de Draco e Hermione.

- Não me venha com essa, eu sei muito bem que ela te azarou no ministério. – ele já havia se inclinado para frente, afim de parecer ameaçador, Bellatriz fez o mesmo. – Além do mais, eu estava distraído, com um lobisomem e um fugitivo de Azkaban, nunca passou pela minha mente que uma menina de treze anos pudesse me desarmar. – ele ofegava um pouco depois de falar.

- Calma crianças. – Hermione sorriu surpresa, como aqueles dois poderiam brigar tanto assim? Severo olhou para ela com um toque de deboche, Bellatriz, entretanto, parecia envergonhada. – Eu quero duelar com vocês, e vamos logo, pois mais tarde não terei tempo.

- A sala de reunião está vazia, podemos ir para lá. – Bella já estava de pé.

- Ora Bellatriz parece uma amadora, se é para fazer escondido vamos para as masmorras. – Severo estendeu uma mão para Hermione que a aceitou prontamente. Draco ainda estava meio perplexo com aquilo, mas preferiu perguntar a Hermione quando estivessem sozinhos.

Todos se levantaram, Bellatriz com Draco na frente e Severo e Hermione vinham em seguida, mais uma vez Hermione se pegou pensando, quem, em sã consciência teria uma casa daquele tamanho? A casa não tinha porão, tinha masmorra... Ela nem queria pensar no que era feito naquele lugar. Eles passaram pela cozinha, e desceram um lance de escadas muito estreito, atravessaram uma porta lateral, e a partir dali, tiveram que acender suas varinhas, o caminho era gélido, escuro e um pouco mal cuidado, a umidade e sujeira denunciavam as poucas visitas ao local, Hermione pensou ter visto um rato, e se aprofundou no olhar, ela percebeu que conseguia enxergar com clareza, com uma nitidez que nem mesmo sob a mais forte luz ela já tinha visto, ela se espantou, pisou em falso em um dos degraus e Severo a segurou pela cintura, ela sentiu a força da mão dele e o calor de sua respiração no seu ouvido: “Você está bem?” ele sussurrou, ela respondeu num aceno rápido com a cabeça que sim, ele nunca mais poderia falar daquele jeito com ela de novo, ela não sabia se poderia se controlar, era muito inexperiente em assuntos, bem, sentimentais. Tinha sofrido uma paixonite por Rony, gostado de estar com Krum, mas nada se comparou ao que sentiu ao ver Snape, no seu quinto ano de escola, colhendo raízes na Floresta Proibida, ela o encontrou ajoelhado no chão, com uma camisa branca meio transparente devido ao suor, a mesma camisa estava com dois botões abertos, dando uma pequena mostra do peitoral de Snape, na mesma hora um rubor estranho subiu a sua face, ela deu as costas e foi embora, desejando que Snape não tivesse percebido a sua presença ali, o que ela sabia ser impossível. Desde aquele dia ela não conseguiu ver o professor com os mesmos olhos, e ela agradecia mentalmente a cada minuto por não ter “desistido” de certa forma, dele.

- Enfim, chegamos. – Bellatriz dizia animada. Ao abrir mais uma porta, Hermione se deparou com uma cena que não esperava ver, uma sala circular, totalmente iluminada com archotes, rodeada por bancos que pareciam ser feitos das mesmas pedras que as paredes dando um ar meio Roma a tudo aquilo. – Antes de mais nada temos que discutir as regras – a voz dela ecoou pelas paredes – sem imperdoáveis eu imagino.

- Temos um ataque mais tarde, ninguém aqui quer se machucar não é? – Snape disse sarcasticamente, mas Hermione pode notar que sua voz saiu muito séria.

- Tudo bem então, nada de imperdoáveis ou feitiços que não possam ser desfeitos com Finite Incantatem? – Hermione quem falou dessa vez.

- Por mim tudo bem. – Bella acenou com a cabeça. – Snape? – ele deu de ombros. – Então, Draco você fica ali. – ela apontou para um canto do circulo – Se qualquer um fizer uma coisa errada você o estupora. – ela deu risinho enquanto ele fez uma cara de espanto. – Ou pelo menos tenta. Preste atenção nas paredes, se algum de nós for jogado contra elas, tente amortecer o impacto. – ele fez um sim com a cabeça, mas mesmo assim estava com medo de alguma coisa sair errado.

- Quem começa? – Hermione perguntou meio ansiosa, não queria duelar com Snape.

- Faça as honras Lestrange. – Snape respondeu debochado como sempre. – Deixe-me assistir ao espetáculo.

- Você é ridículo. – ela bufou e virou o rosto de uma forma teatral.

- Bella, não facilite, eu nunca duelei de verdade. – ela não estava constrangida de falar aquilo, mas não se sentiu a vontade com a declaração.

- Sério? Bom, tenha certeza de que não vou fazer por menos. – a outra sorriu de volta. Tanto Snape quanto Draco estavam à volta delas, um de cada lado.

- Cumprimentem-se. – a voz de barítono pareceu ganhar eco no lugar fazendo as paredes vibrarem. Elas se cumprimentaram e deram às costas, cada uma contou dez passos e se virou.

- Estupefaça – a voz de Bellatriz gritou ao mesmo tempo em que Hermione disse. – Levicorpus! – as duas conseguiram se desviar, mas dessa vez Hermione foi mais rápida. – Expeliarmus. – mas Bellatriz proferiu rapidamente um Protego para a outra e se levantou do chão. Então, depois de um Petrificus Totale passar raspando em sua cabeça, Hermione decidiu parar de falar, ela pensou “Rictusempra” e pronto Bellatriz foi atingida em cheio por raio vermelho tendo sua queda amparada por um feitiço de levitação proferido por Snape.

- Uau. – Draco não pode deixar de comentar baixinho. Hermione notou que Bellatriz não gostou de ter sido golpeada, e parecia mais feroz, agora o negocio tinha ficado serio.

- Estupefaça, Imobilus, Alarte Ascendare, Aqua Eructo. – Todos eram feitiços que saíam da varinha de Bellatriz, os quais Hermione defendia com a mão.Somente com a mão, Snape olhou abismado para aquilo e Bella se desesperou mais ainda – Everte Statum! – Hermione sorria enquanto Bellatriz tentava de qualquer forma lhe azarar, então ainda com a mão estendida, ela levantou sua varinha e disse – Langlock! – Bellatriz instantaneamente parou de falar e percebeu que sua língua estava colada ao céu da boca, ela fez uma cara de indignação para a outra e tentou lançar um feitiço não verbal sem muito sucesso - Finite Incantatem. – Hermione disse apontando a varinha para a outra.

- Mudança de regras? – Bella ostentava um olhar maligno.

- Certamente. – e antes que Snape pudesse falar alguma coisa as duas gritaram juntas – Crucio! – mas foi Bellatriz que caiu, seu ossos se moviam para ângulos inimagináveis, seus olhos viraram, seu nariz sangrava e seus gritos eram colossais. Hermione parou na hora. Se ajoelhou ao lado da outra e disse – Bella, me desculpe. Eu...

- Está tudo bem. – sua voz estava meio rouca. – Você é boa nisso. – ela tentou sorrir. Apoiou-se em um dos braços para se levantar e Hermione a escorou. Ela a sentou no banco e olhou para trás, percebeu o olhar que Severo lhe dispensava e não gostou.

- Tia, ta tudo bem? – Draco parecia realmente preocupado, Hermione conseguiu destroçar a sua tia em alguns segundos... Por quanto tempo ela seria capaz de manter aquela maldição?

- Eu passei quatorze anos em Azkaban, isso não é o suficiente para me destruir. – a voz dela já estava quase normal.

- Ainda não pude entender o porquê de terem mudado as regras. – Snape falou com a conhecida voz mordaz.

- Estava cansada de apanhar. Ela não precisa se proteger com a varinha, você percebeu isso? – ela balançava uma das mãos em direção a Snape.

- Não sou cego Lestrange. – ele replicou.

- Então não me condene. – ela disse entre os dentes.

- Bellatriz, se eu soubesse que teria tanta força eu não teria feito. – Hermione disse seriamente.

- Não se preocupe Milady, eu já estou melhor. – Bellatriz achou o gesto de Hermione admirável. – Pelo menos já sabemos que não é bom mexer com você.

- Eu acho que nós precisamos de um banho, você está meio acabada, sem ofensas. – ela estendeu a mão para outra levantar-se. - Draco, acompanhe Bella até os aposentos dela e limpe esse sangue do rosto dela, eu vou ficar, quero conversar com Severo. – Draco fez um sim com a cabeça.

- Vamos titia. Com licença. – e dizendo isso ele jogou Bellatriz sobre seus ombros e foram caminhando até a saída, Hermione permaneceu parada no lugar onde estava assim como Snape, a porta se fechou e passos foram ouvidos, ela se jogou no banco de pedra e pôs o rosto entre as mãos.

- Eu sou um monstro Severo. – ela sentiu seus olhos queimarem. Mas ela não iria chorar, não podia! – Você viu o que eu fiz?

- Vi, não se desespere. – ele se aproximou e a abraçou. – Coisas como essas vão tornar a acontecer, não adianta se martirizar. Você é muito forte. Não desista. – ele mesmo estava horrorizado, nem Dumbledore conseguia se defender sem varinha daquela forma, e aquela cruciatus? Nem Voldemort torturava daquele jeito.

- Eu não sei o que fazer Severo. – a voz dela havia ficado séria novamente.

– Já pensei em ir embora, mas o Harry... – ele a interrompeu.

- Eu sei, todos nós sabemos não é? – ele segurou o queixo dela.

– Olhe para mim. O que você vê?

- Eu não sei dizer... Eu me vejo, no fundo dos seus olhos. – ela respirou fundo.

– E você, o que vê?

- Uma menina, pura, doce e inteligente, uma menina que está confusa. – ele nunca foi assim, mas ela parecia quebrar todas as barreiras, todos os obstáculos, porque ele havia se permitido tal loucura? Nem ele mesmo saberia responder, mas uma coisa é certa, Hermione Granger faria parte de sua vida pra sempre, mesmo que longe dele. Ele aproximou seus lábios dos dela e um beijo se iniciou, não com tanta calma e encanto quanto o do dia anterior, esse tinha mais necessidade, um certo desespero contido, como se ambos estivessem buscando forças um no outro. Ele terminou tão rapidamente quanto começou e Hermione não tinha se dado conta de havia chorado durante o beijo. Severo se afastou dela, somente o necessário para ver seu rosto e sentiu uma confusão de emoções quando viu aquela pequena lagrima solitária no rosto de Hermione, rapidamente esticou sua mão para enxugá-la, espantar para longe aquilo que seria o símbolo de tristeza dela.

- Você é um doce Severo. – ela disse carinhosamente com a voz meio embargada.

- Tanto quanto uma gota de limão. – ele completou com sarcasmo. Ela quase riu.

- O que me faz lembrar, como uma coisa tão azeda quanto uma azevinha pode ser classificado como doce? – ela procurou esquecer o assunto anterior e se levantou.

- Realmente, penso que são mais azedas do que eu. – ele fazia um tom pensativo.

- Ora Severo! – ela deu um tapa em seu braço o que o fez olhar surpreendido. – Não ofenda o pobre confeito. – era fez uma careta a Lá McGonagall.

- Você acabou de dizer que sou um doce! – ele gesticulava como se estivesse seriamente ofendido.

- Só pra mim – ela se aproximou rapidamente, tascou um beijo nele mordendo o lábio inferior do homem e saiu correndo gargalhando em disparada pelas escadas.

- Você me paga. – e ele saiu correndo atrás dela, não sem antes tropeçar em um dos degraus disformes da escada escura, Hermione se divertia ao mesmo tempo em que se surpreendeu com a agilidade de Snape. Já estava chegando perto da porta que daria para o ultimo lance de escadas, resolveu se deixar ser pega, afinal, correr de salto cansa. Severo estava uns dois degraus abaixo dela e quando ela parou para tomar fôlego, ela a encurralou contra uma parede, prendendo os braços dela contra seu peito. Hermione pôde sentir a respiração ofegante do homem contra seu pescoço, a varinha de Severo continuava acesa, mas pendia frouxamente de sua mão estirada ao lado de seu corpo, dando aos dois uma visão parcial do outro. Hermione descobriu que Severo não fez questão de prender seus braços com força e escorregou o braço direito para o pescoço dele, vagarosamente subia e descia com as unhas da raiz dos cabelos dele até o inicio da camada de roupas, ela viu os olhos dele escurecerem, enquanto ele colava ainda mais as respirações. Suas bocas se uniram, sem pressa, sem desespero, Severo era quem conduzia o beijo, uma doce exploração de sentimentos e necessidades. Hermione sentiu que uma das mãos dele, não saberia dizer qual, estava acarinhando sua barriga, fazendo movimentos circulares com o polegar, ás vezes passando no vão entre os botões, onde ele tinha acesso a pele tão macia dela. Hermione puxou Snape com mais força para si, e subiu uma perna até altura do joelho dele, conjurando uma fusão de corpos estupenda, Snape desceu a língua até o pescoço da jovem e provocou um gemido, ela escutou uma risada seca, mas muito gostosa de ouvir. Cada poro de seu corpo estava eriçado, aquele homem conseguia exercer um domínio sobre-humano nos seus sentidos, ela começou a sentir uma mão subir entre suas coxas.

- Severo – sua voz saiu mais fina do que gostaria. – Banho... Almoço. – ela não conseguiria formular uma frase inteira.

- Hum. – ele também recuperava o ar perdido, aquilo era ridículo! Ele de amasso com uma aluna em pleno quartel general das Trevas. – É. – ele parou e olhou para o rosto dela, se não fosse pela escuridão, teria notado um pequeno rubor que se instalou nas bochechas de Hermione.

- Vai na frente. – ela ainda tinha certa dificuldade para falar.

- Certo. – que loucura. E se o Lorde das Trevas estivesse em frente a porta que dava para a saída? Ele estaria perdido. Não confiou muito nas palavras dele pela manhã... Aquilo ainda estava muito mal explicado. Ele seguiu pelas escadas de pedra e saiu porta a fora, não sem antes colocar sua mascara de comensal da morte no devido lugar.

- Algum problema Severo? – era a voz azeda de Lucio Malfoy que perguntava.

- Somente soluções Lucio. – e dando um sorriso de sarcasmo seguiu direto pra seus aposentos, torcendo para não encontrar mais ninguém no caminho. Lucio Malfoy não gostou do que ouviu, ele sabia que Draco e Bellatriz haviam descido para as masmorras, e se Severo estava vindo de lá era certo que a filha do Lorde também estava por lá... Que mulher fantástica! Como Draco não estava junto com ela ele não sabia, mas não era isso que o preocupava. O que ela havia visto em Severo? Ele era muito mais bonito, muito mais rico, muito mais charmoso, mas não, ela estava de namorico com Severo, e jogava isso na cara de quem quisesse ver, inclusive na do Lorde. E falando nele... Ele estava muito condescendente com a situação, mas isso não era assunto para ficar se pensando ali dentro, não com a maior dupla de Legilimens que ele já havia visto...

Hermione ainda ofegava nas escadas, ela esteve a um passo de... Não, era melhor não pensar nisso. Ela pensou na ultima aula que havia tido com ele, lembrou da cara de mal que ele fazia, nos defeitos que tentava encontrar em todos os seus trabalhos e não pôde deixar de rir. Ela riu, muito. Uma risada meio descontrolada, quase maníaca, que ecoava nas paredes de pedra. Então ela se lembrou de Bellatriz, gritando e se contorcendo no chão, ela escorregou ainda escorada na parede e sentou no chão, sua mente trabalhava apressadamente, e não pôde deixar de abafar uma risada, curta, seca e debochada. Ela escutou um barulho perto de si, olhou para o degrau debaixo e viu um rato, o mesmo rato que havia a assustado mais cedo. - Avada Kedavra! – um jato de luz verde saiu de sua varinha e atingiu o animal em cheio, ela se levantou com o rosto sereno, ajeitou suas vestes e sorriu, se sentiu estranhamente bem.

OoOoOoOoO

Dumbledore olhava para o papel em suas mãos. Sabia que não poderia fazer nada em relação aquilo, mas era como sempre dizia a si mesmo, vidas seriam perdidas em prol da humanidade. Sabia desde o início que aquela guerra iria impor sacrifícios, mas quantos? Ele não poderia responder. Seu olhar se perdeu na pequena corsa prateada a sua frente, patrono do menino que considerava seu filho, mas aquelas palavras teimavam em não sair de sua cabeça... “Será o teste de Hermione, Alvo não faça nada.” Desde quando a Srta. Granger havia virado Hermione?

OoOoOoOoO

Ela ainda não havia se acostumado com os olhos azuis, parecia que havia outra pessoa se olhando no espelho, aquela não era Hermione Granger, observou seus cabelos agora negros, liso na raiz e cacheado nas pontas, ele estava bonito, mas mesmo assim sentia falta dos castanhos...

Ela se dirigiu ao quarto, havia um conjunto de vestes azuis com um bilhete em cima “Por favor, Use-as, passe no meu escritório para tratarmos de assuntos relevantes” Será que ele havia estado ali? Não, ela certamente haveria sentido o seu cheiro... As vestes eram de muito bom gosto, uma saia azul de tafetá plissado, uma blusa espartilhada, com cadarços dourados, ela gostou. Experimentou a roupa, se olhou no espelho, ajeitou os cabelos e gostou do que viu, agora era só ir até o Lorde das Trevas e saber o que queria com ela. Inicialmente, duvidou de qualquer boa intenção que ele demonstrasse para com ela, agora, nem tanto.

Saiu pelo corredor de pedra e subiu um lance de escadas, o escritório dele ficava em um andar acima de seu quarto. Sentiu um frio estranho, mas sabia que não deveria ter medo, bateu na porta, ela se abriu, ela entrou.

- Com licença. – ela fez uma pequena reverência e com a cabeça, pediu permissão para se sentar, ele fez um gesto positivo. – O senhor me chamou?

- Sim, mandei Lúcio à seu quarto. Gostou das vestes suponho? – ele havia reparado que ela estava com o conjunto, somente não sabia se era por obrigação ou por satisfação.

- São belíssimas. – ela expressou um meio sorriso.

- Hum... – ele arqueou um pouco a sobrancelha direita. – Escolha de Fahrah.

- Imaginei... – perdeu seu olhar nos olhos no outro, mas aquela tonalidade vermelha a incomodou, tratou de desviar.

- Não a chamei aqui para isso. – ele olhava para a parede. – Eu não irei descer para o almoço.

- Porque não? – sem querer, ela demonstrou um pouco da demonstração de preocupação aparecer.

- Por que não. – ele pareceu incisivo.

- E...

- E eu quero que sente no meu lugar. - ele passou a encarar seus olhos.

- No seu lugar? – expressou incredulidade. – Quer dizer na cabeceira da mesa?

- Lógico! – seu tom era de deboche. – Tenho uns assuntos importantes para resolver.

- E o que eu faço?

- Fique de pé, na frente da cadeira. Escolha o comensal que irá sentar a sua direita. – ele falava com se fosse uma coisa obvia. – Quem escolher será seu parceiro de missão, pelo menos por hoje. Deixe sua esquerda livre. Certamente alguém da guarda irá tomar o lugar. – ele encarou os azuis de um jeito que amedrontaria qualquer um, mas não parecia sequer incomodá-la. – Suponho que Severo deva fazer isso.

Ah, então era isso, já estava demorando para ele tocar no nome de Snape. – O senhor não está aborrecido comigo, está? – ela fez uma cara um tanto pidona, Voldemort revirou os olhos... Como ela conseguia ser tão irritante quanto Fahrah?

- Não responderei a sua pergunta, visto que não há motivos para aborrecimentos. – embora ele estivesse aborrecido por ela ter perguntado.

- O senhor acabou de responder. – e então ela sorriu, aquele maldito sorriso! – Milorde, posso fazer outra pergunta?

- Já está fazendo. – ele cruzou os braços na frente do peito, e ela deu uma risada... Ele havia falado alguma coisa engraçada?

- O que é a guarda? – agora ela estava ali, encarnando a destemida Hermione Granger.

- A guarda é um grupo composto por meus melhores comensais. Eles comandam missões, fazem estratégias e se encarregam de assuntos importantes,são os únicos que podem se dirigir a mim. – nem ele saberia dizer porque estava respondendo aquela pergunta irritante.

- Obrigada pelo esclarecimento. – ela percebeu que se continuasse a falar iria irritá-lo de verdade, mas ele parecia preocupado, chateado ou alguma coisa desse gênero, ela riu internamente, quem diria que algum dia ela iria se preocupar com que o Lorde das Trevas estava sentindo. – Posso? – perguntou se levantando.

- Claro. – ele mirava seus dedos. O que aquela garota despertava nele?

-Milorde – ela falava baixo e pausadamente – se precisar de qualquer coisa, mesmo, me avise. Eu vou estar aqui. – ela encarou os vermelhos num tom decidido.

- Eu sei Lilith, eu sei. – e com um meio sorriso ele se levantou e caminhou até a janela, um segundo depois ele ouviu a porta bater.

Ela desceu dois lances de escadas, os trouxas podiam ser tudo, mas não eram burros, eles haviam inventado o elevador e a escada rolante... Será que os bruxos não podiam fazer algo semelhante, se a pessoa tiver que morrer subindo essas exaustivas escadas, vai morrer ofegando ainda por cima. Enfim, acabaram-se os degraus. No salão avistou primeiramente Severo, esse levantou uma sobrancelha, que ela teve certeza, de admiração. Ela girou o corpo graciosamente e direcionou um olhar maroto para ele, mas seu sorriso estacou no meio do caminho quando viu o que vinha atrás dele, negra, grande, e com manchas amarelas, ela parou na sua frente e se levantou como que para dar o bote.

- Você fala? – ela pôde sentir que aqueles olhos rasgados perscrutavam lhe a alma.

- Acho que sim. – ela escutou sua voz, entendeu o que estava falando, mas ao mesmo tempo não pôde distinguir os chiados que saíam de sua boca.

- Bebe sangue como ela. Gosta dele como ela, mas você fala. – por essa ela, entendeu como Fahrah. – Comi um trouxa, tem sangue no ninho, quer?

- Não Nagini, obrigada. – a cobra sacudiu a cabeça, mas ela pôde jurar que aquilo era um dar de ombros.

A criatura saiu rastejando e passou por uma fenda na parede, o olhar de Severo havia ficado duro novamente, e Hermione aparentava um olhar confuso. Só havia eles dois naquela sala imensa e ela deu graças por isso, mesmo que esse comportamento fosse subconscientemente esperado, ainda era estranho.

- Quer dizer então que agora eu posso conversar com Harry sem ninguém entender do que se trata o assunto... – ela caminhou na direção dele cabisbaixa.

- Não brinque com isso ok? – com uma das mãos ele segurou seu rosto, a outra estava pousada em seu ombro. – Eu estou aqui. – por um momento ela se lembrou do que havia dito à Voldemort, mas sua mente desanuviou para outro caminho quando sentiu o olhar de Severo se aproximando, se lembrou da cena nas masmorras e estremeceu, foi chegando perto do rosto dele ao ponto de poder sentir a sua respiração, fechou os olhos e...

- Severo! – os dois pararam e como que por instinto se separam.

- Alex? O que... – mas ele não pôde continuar porque a mulher já tinha corrido em sua direção e o abraçado e beijado o seu rosto. Hermione não gostou nem um pouco daquilo, mesmo.

- É muito bom ver você. Quanto tempo não é? – Hermione a olhou de cima a baixo, devia ter seus 1,70m, corpo bem feito, cabelos loiros, compridos, rosto meio angelical, aparentava ter mais ou menos uns 25 anos.

- Me solta garota! – Severo fechou a cara, mas a tal Alex continuou sorrindo.

- Com licença, quem exatamente é você? – Hermione levantou uma sobrancelha debochada em direção a mulher. A outra riu.

- Quem é você para me perguntar isso? – aquela garota metida a besta ia beijar o seu Severo! Quem ela achava que era?

- Isso minha cara você deveria saber. – Snape não estava gostando do tom da conversa.

- Querida, essa é minha prima Alexandra Prince. É comensal também. – querida? Então eles tinham alguma coisa mesmo. Hum, aquilo estaria com os dias contados.

- Então, Severo – ela grifou bem o nome, excluindo Hermione da conversa. – vim passar uns tempos aqui. Acho que tenho chances de entrar na guarda dessa vez.

- Na guarda? Não mesmo, você é muito infantil pra guarda. – Hermione dizia com deboche. – Não acho que o Lorde das Trevas...

- Quem é você pra dizer o que o Lorde das Trevas acha ou não? – ela direcionava a mão para puxar a varinha.

- Então quer dizer que qualquer gentinha já está podendo entrar aqui... Alexandra Prince. Que desprazer em revê-la. – a voz de Bellatriz se fez presente.

- Igualmente Bellatriz. – torceu o nariz em resposta. Hermione sorriu para Bellatriz.

- Só vim avisar que o almoço está servido, quem fazia esse serviço era Rabicho, mas como ele está impossibilitado de se mexer...

- Ocupando o lugar de Rabicho, Bella querida? – Alex dizia em uma voz enjoativamente doce.

Bella voou em seu pescoço em resposta. – Vim avisar porque existe uma pessoa muito importante nessa sala, que certamente não deveria estar na presença de vermes como você. – ela cuspiu as palavras.

- Bella, por favor. – sentiu a mão de Hermione em seu ombro e afrouxou o aperto.

- Me dêem licença. – Alex saiu tempestuosamente e se dirigiu a sala de jantar, o que mais lhe revoltou foi o fato de Snape não ter feito nada. Garota presunçosa aquela, mas ela teria troco, e como teria. O local estava meio barulhento, uns rostos conhecidos, mas então ela viu Brown. Ela já havia sido seu instrutor no inicio de “carreira” por assim dizer, eles já haviam tido um pequeno caso, mas que não deu em nada, certamente confusão de sentimentos, ela se instalou em um canto e se pôs a conversar com ele, ficando de costas para a porta, falaram sobre amenidades, e no meio de uma piada Richard parou de falar, não só ele como todos no salão, todos direcionaram seus olhares pra porta, alguns até abaixaram as cabeças, curiosa ela se virou e se deparou com a tal garota insolente entrando com altivez no ambiente, depois dela vieram Bellatriz e Snape, e a porta se fechou, ela se dirigiu a mesa e parou entre a cabeceira da mesa e a cadeira. Alex ficou horrorizada o único que sentava ali era o Lorde das Trevas! Como ela poderia estar fazendo aquilo, olhou para Severo e viu que o mesmo também ostentava curiosidade no olhar, porem se conteve.

- Boa tarde. – a voz dela estava em um tom sério, mas nem por isso menos acolhedor.

- Boa tarde, milady. – um coro de vozes respondeu. Milady? Como assim Milady?

- Bellatriz. – ela indicou com a mão a cadeira a sua direita, e Bella não pôde ocultar o sorriso muito menos o rubor que se instalou no seu rosto. Dirigiu-se até a cadeira indicada e esperou de pé ao lado da mesma. Severo rapidamente olhou para Lucio, encarando o outro que já tinha dado um passo a frente com um olhar mortal e se encaminhou para a esquerda dela. Hermione lhe dispensou um sorriso e encarou os outros comensais como que os convidando a se sentar também. Alex estava se encaminhando para a outra ponta da mesa, buscando a maior distancia da outra.

- Alex, acho que estou te devendo uma resposta. – ela deu sorriso no estilo Umbrigde para a outra. – Eu sou Lilith Mountgormay Riddle, filha do Lorde das Trevas. – ela direcionou seu olhar para os outros, que estavam estacados, certamente por não entenderem o que estava acontecendo. – Vamos comer então? – e se sentou, Bella foi a primeira a falar, ou melhor dizendo, sussurrar.

- Isso foi cruel. – ela disse entre um risinho. – O que houve?

- Depois nós conversamos. – ela olhou para Severo e viu que ele ostentava uma cara amarrada – Aconteceu alguma coisa? – ela demonstrava preocupação.

- Você ainda pergunta? – o seu olhar era mortal.

- Severo o que... – ela não pôde concluir a pergunta, pois ele a interrompeu com o olhar.

- Depois. – e depois disso ele se negou a falar, Hermione olhou para Bella e essa somente deu de ombros. O almoço transcorreu silencioso, muito mais do que o café, parecia que o Lorde estava ali, então ela se deu conta de que eles estavam assim por causa dela. Era isso, Voldemort somente disse para ela tomar o seu lugar para impor uma distancia entre ela e os comensais, não que ela quisesse muita proximidade com eles, mas em tão pouco tempo já estava se agarrando com Snape nos cantos da mansão... E Bella então? Ela era uma boa pessoa quando não estava com uma varinha empunhada, é quem diria que um dia ela, justamente ela, estaria almoçando com comensais da morte sentada no lugar do Lorde das Trevas?

- Com licença. – ela mal tocou o almoço e se levantou, Bella fez menção de sair da mesa também mas ela a parou com a mão. Dirigiu-se a porta e saiu, foi até o banheiro social lavar o rosto, se trancou lá dentro e sentou no chão. O que teria aborrecido Severo ao ponto dele não querer falar com ela? E ainda teria a tal conversa com Fahrah, ela não aparentava estar muito bem... O que mais faltava acontecer?

Ela deu três batidas na porta, e por mais estranho que fosse, ela se deu conta de que nunca havia entrado ali.

- Entre. – ela rodou a maçaneta e se surpreendeu, não imaginava que o quarto de Fahrah seria daquele jeito tão... Vivo. O ambiente se parecia muito com o quarto que estava ocupando, mas era maior, o carpete era verde, as cortinas negras, mas o conjunto de roupas de cama era totalmente branco, tão branco que chegava a lembrar neve. Cada mesa, a cabeceira e umas cantoneiras estavam repletas de flores, quase todas amarelas, mas o arranjo que mais lhe chamou atenção foi uma braçada de rosas negras, que ainda estavam largadas em cima da penteadeira.

- Admirada? – a outra dava um sorriso cansado.

- Sinceramente, eu não esperava por isso. – ela cruzou a distância que as separava após fechar a porta. – O que houve?

- Aconteceram muitas coisas no ultimo mês... – o olhar da outra ficou distante por um momento.

- Fahrah, você está me deixando preocupada. – ela enrugava a testa.

- Você se lembra que eu tenho, digamos, um cargo? – a situação pareceria cômica se alguém de fora visse, Fahrah parecia uma criança com medo de levar reprimenda. Hermione balançou a cabeça vagamente. – E eu tenho obrigações como qualquer outra rainha, quer dizer como elas costumavam ter. Tom me deu uma carta ontem, o conselho quer me ver. – ela estendeu um pedaço de papel para a filha.

Quanto mais Hermione lia mais perplexa ficava, reuniões, encontros, jantares, uma caçada,e por fim reunião de conselho. Era uma agenda com duração de seis dias, quase uma semana. O que ela faria sem Fahrah? Não que ela estivesse se sentindo mal, mas será que eles iam fazer alguma coisa contra ela? – Você vai ficar uma semana longe de mim... – não era uma pergunta e certamente não era o que ela gostaria de ter dito.

- Eu não quero que fique chateada, mas podem me destituir se eu não for.

- Mas você é a rainha deles! Eles podem simplesmente fazer isso? – ela se mostrou um pouco indignada com aquilo, quem aqueles vampiros sujos pensavam que eram?

- Eles podem e vão fazer se eu não for. – ela segurou a mão da outra. – Na verdade eles não querem que eu vá à reunião.

- Então porque eles mandaram uma carta avisando? – droga, decididamente ela não queria perguntar.

- Não foi o conselho que me mandou essa carta, querida. Foi Caim. – ela falava como se fosse óbvio.

Hermione não pôde deixar de dar uma risada. – Caim? Que nome para se dar a alguém. É muito bíblico.

- Mas é justamente por isso que ele tem esse nome. – agora Fahrah sorriu sabia o que ela ia perguntar.

- Ele é O Caim? O da bíblia? – ela estava estupefata.

- Não, mas chegou bem perto. A mãe dele deu esse nome porque ele enforcou o irmão, assim que nasceram.

- Oh. – foi tudo que ela conseguiu dizer.

- Ela o abandonou, mas antes fez com que todos soubessem que ele se chamava Caim, o assassino de seu próprio irmão. – Ela deu uma pausa para que Hermione pudesse digerir a história. – Ele foi criado pelos marginais da cidade, antes de se transformar já tinha matado mais de trinta pessoas. – agora ela olhava pro fogo, como se todas as suas lembranças estivessem ali. – Com o passar do tempo nos tornamos amigos... E então os chefes dele, por assim dizer resolveram que eu estava deixando ele meio mole.

Flash Back

“Fahrah, você tem que sair daqui agora!” eu fiquei confusa quando vi Caim arrombar a minha porta e abrir meus armários ao mesmo tempo em que jogava algumas peças de roupas que eu tinha em cima de minha cama.

“O que está acontecendo? Pra que tudo isso?” eu já havia lido a mente dele, mas gostaria que ele confirmasse a história com sua própria boca.

“Eles mandaram... Mandaram que eu lhe matasse Fahrah! Eu não posso fazer isso! Você tem que fugir, eu vou arrumar um corpo qualquer pra por no seu lugar.” eu respirei profundamente e tentei passar calma em minha voz.

“Eles vão descobrir, ninguém aqui é parecido comigo, vão te matar também."

Ele abaixou a cabeça e deu um sorriso cansado “Não vou fazer falta. Menos um monstro para o mundo.” Eu me irritei.

“Você se acha um monstro Caim?” ele se assustou um pouco com o tom da minha voz “Se sua mãe não fosse doida você poderia ter sido uma pessoa normal! Você foi criado por eles, espancado, ultrajado e sabe-se mais o que por esse homens! Você não teve escolha.”

Ele avançou calmamente em minha direção segurou meu queixo e me encarou. “Você não sabe o que é ver um inocente implorar para viver.” Ele cuspiu as palavras, eu segurei o braço dele com força e virei para as costas, prendi o outro firmemente e o joguei ao chão. “Eu sei o que é isso muito mais do que você!” saí de cima dele e esvazie a sacola de roupas, comecei a guardar as peças no armário. Mesmo estando de costas eu sabia que ele estava me encarando.

“Nós vamos morrer, Fahrah, você sabe disso.” Eu ri. Ele não gostou.

“Você está debochando?” me virei na direção dele.

“Eu não vou morrer e você só morre se quiser, eu jurei pra mim mesma que não faria mais isso... Eu posso te proteger Caim, para sempre. Preciso te contar uma coisa...”

Fim do Flash Back

- Você o mordeu então? – Hermione encarava as mãos.

- Mordi, e não me orgulho disso. Mas se Caim não estivesse no conselho eu já estaria morta.

- Mas qual é o problema desses vampiros? – ela bufou.

- Você já leu alguma coisa da biblioteca do seu quarto?

- Não... Eu não tive tempo. – vergonha, era isso que ela sentia, tanto tempo disponibilizado em função de Voldemort que ela se esqueceu de se dar ao luxo de ler alguma coisa.

- Se você tiver tempo eu posso te contar umas histórias. – Fahrah deu um sorriso que se não fosse tão cansado seria quase maternal.

- Ora é claro! – de repente ela teve um impulso de largar a poltrona para lá e sentar no tapete felpudo perto da lareira, nessa hora ela nem se lembrou de Bella, Severo – que estava chateado com ela – e muito menos de Alex, a nova residente da mansão Malfoy, ela só se focou em uma coisa, aprender.

- Pois bem então. Você sabe meu nome Hermione? – ela riu internamente de sua filha, viu inúmeras vezes ela fazendo a mesma coisa quando sua outra mãe ia contar alguma história.

- Fahrah Mountgormay! Não é? – ela achou a pergunta estranha.

- Não, esse já foi meu nome um dia, mas o meu nome de verdade é Fahrah Slytherin Vladslav. E é aqui que começa tudo.

- Slytherin? Você é parente de Salazar Slytherin? – ela não podia acreditar no que estava ouvindo.

- Eu sou filha dele, mas assim como você eu prefiro não usar meu verdadeiro nome.

N/A: Bom, eu postei o capítulo sem betar (como sempre), devido a pressa, se vocês acharam algum erro esdrúxulo me perdoem ok?

Agradeço à

Melguinha3

Bella Snape BR – Também te amo hehe!

Gi Pizzol – Obrigada!! *_*

Milly Prince Snape – Não tenho nem o que dizer, obrigada por tudo!

Camila Lino – (Me manda seu email mas tem que ser separado por parênteses senão o não envia mensagem) Amo muuuuuito essa pessoa!!!

Paty Snape – Não se culpe. (Eu não valho nada hehehe)

Vivi LeBeau – seria você a Vivian Alvez que comentou no blog???

Patty Akatsuki – Não tem hora para começar a comentar, muito obrigada!

Giovanna – Comentou no Blog, Muito obrigada!

Carolline_Wolff – Já postei viu só, obrigada por comentar!

Bom gente é isso, se alguém tem alguma coisa pra falar, pode comentar que eu vou adorar.

Beijinhos, beijinhos!!

Da Bella

3 comentários:

Anônimo disse...

ADORO!!!
Cara muito boa fic!
ja comentei na fanfiction mas ca estou eu d novo kkk
Entao meu e-mail eu mandei por la viu!
pra nao deixar passar vou colocar o melhor pra mim aki tbm. kkk
"- Alex, acho que estou te devendo uma resposta. – ela deu sorriso no estilo Umbrigde para a outra. – Eu sou Lilith Mountgormay Riddle, filha do Lorde das Trevas. – ela direcionou seu olhar para os outros, que estavam estacados, certamente por não entenderem o que estava acontecendo. – Vamos comer então?"

Cara muito bom!!!
beijos
Camila lino

M.Duck disse...

UALLL.
ta cada vez melhor.
*-*

sempre fui uma leitora anonima, mas desta vez é impossivel mesmo
.

CONTINUAAAA
CONTINUAAAA

Giovanna disse...

Muito bom esse capítulo mesmo, me apaixonei por essa fic e espero que tu poste logo o próximo capítulo, parabéns, você escreve muuuuuuuuuito bem :D