Photobucket Photobucket Photobucket

29 setembro 2009

O Sibilo da Serpente Cap.18

- Já são oito horas. – dizia uma Gina Weasley impaciente. – Cade o Dum...

- Boa noite á todos, desculpem o atraso. – disse Dumbledore ao retirar a sua capa de viajem roxo-berrante. – Tive alguns percalços no caminho.

- Oh, que bom que você chegou Dumbledore – dizia uma agitada senhora Weasley – bem a tempo do jantar! Fez uma boa viagem – nesse meio tempo ela já o puxava pela mão em direção a cozinha.

- Diretor, eu gostaria...

- Agora não Harry, seria de extremo mau gosto deixar Molly nos esperando à mesa. – Harry Potter só pode suspirar.

O jantar foi muito tranqüilo, para o padrão Weasley é claro, só contou com uma explosão, um dos gêmeos, não se sabe bem qual deles, adicionou um confeito verde ao pudim de Rony, o que fez o mesmo explodir em uma gosma obviamente verde, tão grudenta, que foi preciso que Harry e o senhor Weasley o ajudassem a levantar, acontecimento este, que fez Dumbledore cair na gargalhada.

- Huum, u, hu uh. – Rony fazia uma tentativa de protesto.

- Não devia tentar falar maninho, quanto mais você tentar – dizia um gêmeo – mais irá grudar – completou o outro, enquanto uma enfurecida Molly Weasley corria atrás deles, em volta da mesa com uma colher de pau na mão, volta e meia, mudando de direção.

- Acho que já me diverti bastante – e com um aceno de varinha, Dumbledore limpou Rony, que ainda estava meio verde.

- Olha aqui vocês dois! Vocês vão me pagar! – agora era Rony que corria atrás dos gêmeos.

- Sr. Weasley, deixe a perseguição para mais tarde, por enquanto me acompanhe sim? Você também Harry. – Dumbledore dizia com calma. – Molly, se importa se eu roubar os meninos por dois minutos? Eu achei que não – ele disse sem dar a oportunidade dela responder. E caminhou até os jardins.

- Sei que posso confiar em você dois, mas sei também que irão contar tudo para a Srta. Weasley. – Rony abriu a boca para protestar quando Dumbledore falou – Não é mesmo Harry?

- É sim senhor. – dizia um Harry Potter meio encabulado.

- Então senhor Weasley, vá chamar sua irmã.

Harry não entendeu o porquê daquilo. Se Dumbledore queria a Gina presente, porque não a chamou na hora que chamou eles? Muito estranho, e foi nessa hora que ele ouviu mais uma discussão começar lá dentro. E Dumbledore sorriu.

- Eu já esperava por isso meu rapaz, agora faça o favor de se sentar – ele indicou com a mão um banco de madeira.

- Diretor eu não entendi – e Dumbledore o calou com a mão.

- Tem certas coisas na vida que são muito previsíveis Harry, e sabendo disso, podemos passar a usá-las ao nosso favor. – ele usava um tom como quem falava do tempo. – Agora me deixe lhe perguntar, quando viu a Srta. Granger de manhã, notou alguma coisa de diferente nela?

- Ela estava, como eu posso dizer, estava...

- Incrivelmente bela, ou estou errado? – os olhos de Dumbledore encaravam Harry de uma maneira estranha.

- Olha, eu não olho pra Mione desse jeito, é só que ela estava diferente, o cabelo, os olhos, o jeito dela, a energia dela, era algo fantástico! – Dumbledore percebeu o tom de adoração que Harry usava quando se referiu a ela. – Eu gostaria que ela estivesse aqui conosco... O que realmente houve com ela diretor?

- Harry, me ouça com atenção – ele falava serio – Hermione sofreu algumas mudanças, mudanças essas que só ela poderá revelar o motivo quando chegar a hora, portanto não a pressione. Nós iremos dizer para seus amigos que os pais dela sofreram um acidente, mas já estão se recuperando, e ela foi para casa ficar com eles, por esse motivo que ela saiu sem se despedir. Prometa Harry que você não irá contar para ninguém.

- Eu prometo senhor, mas onde ela está?

- Isso meu caro só ela poderá te dizer. – Nesse momento, Rony e Gina se aproximaram, do jeito que Dumbledore havia planejado.

OoOoOoO

- Ninguém para de olhar para nós dois – Hermione falava entre os dentes, mantendo um sorriso falso no rosto.

- Você, a princesa das trevas e eu sendo o melhor comensal da morte,

- E o mais modesto também, diga-se de passagem.

- Somos quase os aurores da festa – dizia Snape num tom de deboche divertido.

- Como assim aurores? – disse Hermione enquanto sorria para Bellatriz, que expressava indignação no olhar.

- Aqui nós chamamos de aurores aqueles se destacam de todos, os diferentes. Pura falta de imaginação. – Snape direcionou seu olhar para Fahrah. – Se não fossem o papai e mamãe ali, nós seríamos o destaque principal. A propósito, sua mãe está muito bonita hoje.

- O que você quer dizer com isso? – Hermione sentiu uma coisa estranha, aquilo era ciúme?

- Ora só quero dizer que ela fez uma ótima escolha no vestido... E falando em vestido, esse vestido é seu? Porque ele é a cara da...

- Bella, ela quem escolheu, eu juro que não queria usar, mas ela é convincente quando quer...

- Ah, a manchete do Profeta de amanhã “Melhor amiga de Harry Potter é vista na companhia de Bellatriz Lestrange, a comensal mais procurada do mundo” ia vender aos montes.

- Ué, se não pode contra eles, junte-se a eles, eu vou ter que passar duas semanas aqui, quero manter minha estadia o mais agradável possível.

- Bom eu nunca achei a companhia de Bellatriz agradável.

- Eu também nunca achei a sua companhia agradável, as coisas mudam professor... – disse Hermione olhando nos olhos dele.

- Eu já disse que é Severo. – ele olhava dentro dos olhos dela sem ao menos piscar, ele se sentiu hipnotizado por aquele mar azul e estava se aproximando cada vez mais e mais do rosto dela...

- Severo Snape, me desculpe interromper, mas Fahrah gostaria de te conhecer. – era a voz de Voldemort que vinha detrás dele, como ele havia chegado até ali? Nenhum dos dois sabia dizer...

- Hum, Milorde – disse Snape fazendo uma reverencia. – É sempre uma honra lhe atender.

- Venha comigo Severo, estamos mesmo precisando conversar. Lilith vá fazer companhia a Bellatriz, me parece que Rodolphus já bebeu além da conta. – ele falava aquilo tudo com uma naturalidade descomunal, e tanto Severo quanto Hermione, sentiram o sangue gelar, a única coisa que puderam fazer foi obedecer. Snape foi com Voldemort e Hermione sentou-se ao lado de Bellatriz.

- Precisava ser o Snape? – Bellatriz a encarava com uma sobrancelha levantada.

- Por quê? Eu fiz alguma coisa demais? – Hermione, por sua vez respondeu a altura.

- O que você fez ou deixou de fazer não interessa, o que interessa é que o Lorde não está com uma cara muita boa. Não sei o que se passa entre você e o Snape, mas cuidado.

- Não se passa nada Bella. E mesmo se passasse, eu já sou maior de idade.

- Só se lembre de uma coisa, ele, - ela indicou Voldemort com a cabeça – não é o trouxa que te criou, só isso.

Isso fez Hermione pensar e pensar muito, ela estava com um problema sério, um problema seriíssimo.

- Senhor Snape, é um prazer conhecê-lo. – Fahrah estendeu a mão indicando uma poltrona para ela.

- O prazer é todo meu Srta. Mountgormay – disse ele beijando a mão dela e se sentando.

- Ouvi muito falar do senhor, muito bem, diga-se de passagem – Snape notou que mesmo naquele tom formal, ela era perigosa.

- É Severo, sua fama transpassa os muros da mansão Malfoy. – Voldemort usava de seu deboche. – O braço direito do Lorde das Trevas, um posto cobiçadíssimo entre meus comensais, a propósito Severo, cuidado. Nem todos aqui estão bem intencionados com relação a você.

Fahrah percebeu aonde Voldemort queria chegar e resolveu tomar a frente do assunto.

- Da onde o senhor conhece Lilith? Desculpe-me, mas pelo seu comportamento parece que já se conhecem a tempos.

- Eu leciono para ela em Hogwarts, ela é uma excelente aluna.

- Só isso senhor Snape? – Fahrah perguntou olhando diretamente nos olhos dele.

- Como? – agora sim, ele estava morto.

- Perdoe-me se me expressei mal, mas ela é só excelente? Eu fiquei dezessete anos longe de minha filha e o senhor convive com ela à seis, gostaria que me dissesse como ela é na escola – Fahrah notou que ele havia ficado nervoso, ele gostava dela, só restava saber o quanto.

- Bom, de acordo com a diretora da casa dela, - ele suspirou enquanto disse isso – ela é simplesmente a melhor aluna do século.

- Do século Snape, te certeza? – disse Voldemort enquanto levantava uma das sobrancelhas.

- Absoluta Milorde.

- Interessante... Ás vezes me pergunto, como essa menina pode ter ido parar na grifinória? Certamente sendo quem é ela deveria estar na sonserina.

- Essa parte é minha. – disse Fahrah com um sorriso petulante nos lábios – Eu a enfeiticei para não ir para lá... Não sei se fiz certo, mas com toda a certeza, se ela fosse da sonserina, ia descobrir tudo mais cedo... – e seu olhar se perdeu enquanto observava Hermione rindo de alguma coisa que Bellatriz falava em seu ouvido...

- Bom, vamos ver se minha adorada filha está pronta para ficar sabendo de algumas coisas. – Snape prendeu levemente a respiração quando viu o Lorde das Trevas pingar três gotas da sua conhecida veritasserum num meio copo de bebida, será que ela havia lembrado de tomar o antídoto?

- Isso é ridículo. – Fahrah falou com enfado. – A garota te conheceu hoje, custa ser menos hostil?

- Custa minha cara, com toda certeza custa. – Ele lhe deu um sorrisinho inexpressivo – Lilith! – ele chamou e acenou com a mão para que ela fosse se juntar a eles.

Bellatriz, que não tirava os olhos daquela mesa, cutucou Hermione para que ela visse que o Lorde estava lhe chamando.

- Frieza garota, e vai. – Bellatriz também tinha bebido um pouquinho demais, dizendo em razão de desculpa, que a presença de Fahrah estava lhe incomodando.

- Com licença Milorde. – disse ela enquanto fazia uma curta reverência.

- Queira se sentar. – ele indicou a cabeça com a mão e fingiu terminar de encher um copo de vinho dos elfos – Bebe?

- Como quiser Milorde – Hermione o encarava dentro dos olhos. Snape notou que aquilo não era uma boa atitude. – Então um brinde, Ao Lorde das Trevas. – todos ergueram suas taças e as esvaziaram, inclusive Hermione.

- Então minha cara, já que em minha volta estão as todas as pessoas em que confio, ou quase – disse olhando de esguelha para Bellatriz. – Me diga, o que você acha de Dumbledore.

- Dumbledore é um grande bruxo, embora eu não esteja em plena concordância com seus atos atuais. – Snape percebeu, com toda a certeza que ela havia tomado o antídoto.

- Eu simplesmente estive pensando – Voldemort tentava fazer seu tom de voz parecer casual. – Você é muito inteligente, se voltasse sua inteligência para o lado certo ela poderia render grandes frutos. Gostaria de ir para o lado certo?

- Eu estou do lado certo. – eles se encaravam, parecia uma batalha de gigantes.

- Em que lado você está? – enfim ele perguntou essa era a prova final.

- Do meu lado. Estou com quem me interessar no momento.

- E quem está te interessando no momento, querida?

- O senhor, Milorde. – uma gota de suor escorreu pelas têmporas de Severo, ele estava aliviado.

- Bom muito bom. – Voldemort exibia um sorriso triunfante. – Amanhã começa o seu treinamento, preparada para a guerra?

- Eu já estou nela a muito tempo senhor. – Hermione exibia uma cópia exata do sorriso de Voldemort.

Voldemort fez um movimento, por uma fração de segundo Hermione pensou que ele iria enfeitiçá-la, mas ele só retirou uma caixa do bolso interno das vestes. – Um presente para você, veja se serve.

Hermione abriu a caixa com um pouco de receio, mas encontrou uma varinha, que por sinal era muito parecida com a sua própria, exceto pela cor, negra. – Idéia de Fahrah, mas será muito útil, visto que você é estudante. O Ministério ainda rastreia a sua varinha, e nós não queremos isso.

- Muito obrigada então – ela estava meio incerta do que dizer.

- Era de seu avô querida, depois dele foi minha, agora é sua. – Fahrah pousava com uma das mãos em seu ombro. – É uma varinha muito poderosa, uma relíquia.

- Seu pai era um bruxo? – Hermione já examinava a varinha com as mãos.

- Esqueçamos as histórias de família e experimente logo a varinha. – Voldemort expressava um brilho meio insano no olhar. Hermione olhou para Snape como que procurando uma resposta, este por sua vez só pode dar de ombros. Então ela apontou para sua taça e a transfigurou em um ratinho, Voldemort riu.

- Uma bela transfiguração, demorei anos apara aprender a fazer, mas teste de verdade, enfeitice alguém. – agora ele queria ver, será que ela tinha coragem?

- Do jeito que eu quiser? – Hermione arqueou uma sobrancelha em uma imitação fenomenal de Snape o que fez o próprio rir.

- Vá em frente.

Ela pensou, quem? Bellatriz estava se mostrando uma bela amizade... Malfoy? Bem que merecia, mas ele era o dono da casa... Narcisa? Por ficar dando em cima de Snape era a candidata perfeita, mas ainda era irmã de Bellatriz... Ninguém ali nunca tinha lhe feito nada, não diretamente, mas tinha uma pessoa. Então, sem falar o encantamento ela apontou a varinha para Rabicho. Na mesma hora ele voou uns dez metros para o ar e caiu de volta ao chão completamente ensangüentado, a música parou e todos se voltaram para ele que urrava de dor, foi quando escutaram a gargalhada de Voldemort e a risadinha de Hermione, Snape estava estupefato demais para ter alguma reação, Fahrah por sua vez olhava profundamente para Hermione que permanecia sentada ao lado, Voldemort então começou a aplaudir, os outros acompanharam os aplausos, não com tanto entusiasmo quanto Bella, que chorava de rir, mas acompanhavam.

- Rookwood, Dolov, tirem esse traste daqui – disse Voldemort apontando para dois homens que tentavam se aproximar de Rabicho – Bom pelo estado dele – Rabicho acabara de ficar inconsciente – deve ficar acamado por pelo menos uns quinze dias. Mas tudo bem ele não presta para nada mesmo. – disse ele arrancando risadas de meia dúzia de comensais. – Isso meus caros, foi um Sectumsempra perfeitamente executado pela nossa querida Lilith Riddle. – ele a pegou pela mão e a fez ficar de pé.

- Amanhã, a meia noite teremos uma comemoração, a nosso modo, claro, em uma vila no interior da Grã-Bretanha. – aquilo não estava nos planos, Hermione olhou para Snape que por sua vez, se mostrava impassível. – Estejam aqui as onze em ponto para saberem as ordens. – ele se sentou, ato que fez a festa recomeçar, com clima meio tenso, mas sem buchichos ou falatório. – Fahrah, preciso resolver uns problemas, faça companhia aos nossos convidados, eu não pretendo voltar. – ele já estava se levantando de novo, ato que fez todos à mesa se levantarem, menos Fahrah, que de repente, ficou encantada com um enfeite de mesa. – Boa noite.

- Boa noite Milorde. – responderam Snape e Hermione em coro. Fahrah ficou muda outra vez.

Eles se sentaram, um tanto sem graça, e permaneceram mudos. Hermione nunca tinha visto Fahrah ficar daquele jeito, um tanto distante, meio cabisbaixa, embora mantivesse sua cabeça em pé enquanto apreciava mais um gole de vinho dos elfos. Severo ia fazer menção de se levantar quando Hermione disparou : - Você está bem? – ela disse enquanto segurou a mão da outra que estava em cima da mesa.

- Bem? Olha só praquilo. – ela falou apontando para a escada, foi quando Hermione viu que Bellatriz estava se encaminhando para ela segurando o antebraço esquerdo com um sorriso rosto. – Já vi isso tantas vezes que deveria estar acostumada... Mas chega de ouvir os resmungos de uma velha.

- Você não é nem um pouco velha!

- Você tem noção de quantos anos eu tenho? Digamos que eu nasci na época em que os fundadores da sua escola resolveram brigar. – Ela ria um pouco com a lembrança. – Agora... Está fazendo uma linda noite, porque não vai passear nos jardins querida? Senhor Snape faça o favor de acompanhá-la sim? Eu já fui social demais essa noite... – e indicou com um gesto que era para os dois se levantarem, um gesto que Severo adorou, estava muito constrangido com situação, embora não demonstrasse.

Hermione já ia se encaminhar para a porta da frente quando Snape a puxou pelo braço “Pela porta da frente não!” e se dirigiram a cozinha, que mais parecia um restaurante, desceram três degraus e pararam em frente a uma porta de madeira, que como quem faz suspense foi aberta vagarosamente por Snape. Hermione entrou em choque com o que viu. Todas as vezes em que se pôs a imaginar um jardim, nunca sequer chegou aos pés de imaginar algo como aquele jardim, a cena era deslumbrante. Bancos dispostos sob algumas árvores que estavam, magicamente floridas, canteiros de rosas, tulipas e outras flores das quais não conseguia lembrar a nome, a luz dos postes ornamentais, tudo isso debaixo de uma fina cortina de neve que caía do céu, dando um toque etéreo a cena que se desenvolvia na sua frente.

- Bonito não é? Quase nunca venho aqui. – a voz de Severo Snape falava a uma distância curta de seus ouvidos, uma distância perigosa.

- É lindo, incrivelmente lindo. – Hermione sorriu para Snape que a convidou para se sentar. Os dois ficaram meio sem ação, Severo ensaiou falar muitas coisas, mas foi Hermione que falou primeiro.

- Eu acho que devo pedir desculpas a Rabicho. – ela olhava para o chão. – Aquilo deve realmente ter doído...

- Se fizer isso vai ser sinal de fraqueza, o Lorde não vai gostar. A propósito, belo feitiço. – ele se repudiava mentalmente, afinal o que ele era, um adolescente apaixonado? – Nem eu faço um tão bom como aquele.

- Vou considerar como um elogio. – ela disse rindo, e aquele som foi um deleite para ele.

- Considere como quiser. – ele usou um tom ameno e escolheu bem as palavras – Hermione, (ela nem acreditou que a tinha chamado pelo nome pela segunda vez) como você está se sentindo?

- Sinceramente – ela assumiu um ar cansado e olhou dentro dos olhos dele. – estou com medo. Hoje foi horrível, não quero imaginar o que vou ter que fazer amanhã...

- Você quer ir embora? – ele mantinha um semblante de preocupação

- Eu já estou aqui não é? Não tem mais volta. – ela suspirou. – Eu tenho que ajudar o Harry...

- Você se decidiu então. – ele mais afirmou para si mesmo do que para ela.

- Eu vou ajudar vocês, é uma forma de me redimir pelo que ainda vou fazer. Severo?

- Fale.

- Você vai estar comigo amanhã não vai? – ela mostrou insegurança pela primeira vez depois de saber suas origens.

- Vou, com toda a certeza do mundo. – e ela viu que a mascara de Snape havia caído.

- Eu quero ir em casa, antes do feriado acabar, quero tirar meus pais daqui. Estou com medo. – ela sofreu um calafrio inconsciente.

Na mesma hora Severo tirou sua capa e a colocou sobre os ombros de Hermione. – Está frio aqui fora. – ele tentou disfarçar seu gesto com um comentário nada convincente.

- Você quer entrar? – ela disse confusa.

- Não. – ele se arrependeu de ter falado imediatamente.

- Sabe, eu daria tudo pra estar na Toca agora... A Sra. Weasley deve ter feito um jantar delicioso. – ela falava com uma alegria distante no olhar. – O Rony falou que os gêmeos iriam estar lá.

- Você acabou de ver o Weasley e já está com saudade dele? – o que ele estava pensando? Uma menina de dezessete anos iria olhar para ele de um modo diferente?

- Não estou com saudades dele, estou sentindo falta do clima de família. – embora não demonstrasse, ela estava achando graça.

- Não sinta, você ainda vai ter muitos anos para aproveitar os jantares de família dos Weasley.

- O que você quer dizer?

- Que em breve você será uma Weasley. – ele dizia com a carranca do professor de poções.

- Como? Eu e Rony? Sem chances. – ela riu, queria ver até onde iria chegar.

- Não me faça de idiota. Hogwarts inteira vê que vocês não se desgrudam. Deve ter até um bolão de apostas pra ver quando vai ser o “casório”. – ele exibia um sorriso de desdém.

- Severo, me faça um favor? – ela sorriu para ele, que não abaixou a guarda.

- Sim “Sra. Weasley”. – se ela esperava que ele fosse gentil com ela novamente ela estava muito enganada.

- Cala a boca. – e dizendo isso ela levou uma de suas mãos até o rosto dele e acariciou seus lábios, ele ficou estático – Eu não pretendo me tornar uma Weasley, nunca. – ela foi levando o seu rosto até o dele, sem quebrar o contato visual que travavam. Ele por sua vez foi se inclinando até ela, eles podiam sentir as respirações um do outro, até que seus lábios se encontraram. Severo começou a beijar o canto dos lábios de Hermione, roçando seus lábios nos dela sem beijá-la realmente, Hermione acompanhava o seu jogo, mas estava ansiosa para que ele terminasse, e ele terminou. Finalmente os seus lábios se encontraram, ele sugava os lábios dela vagarosamente, depois, encaminhou a sua língua para explorar a boca dela. Ele achou que ela tinha um gosto doce, um gosto de pureza, e mesmo assim o seu beijo era provocante. Ela achou que ele tinha um gosto amargo, um cheiro forte de ervas que se tornava inebriante com um toque de Firewhisk. Eles se separaram por um breve instante, somente para depois se abraçarem.

- Obrigada por você estar aqui – Hermione dizia com lágrimas nos olhos.

- Obrigado por você estar aqui. – Snape beijava o topo de sua cabeça. – Eu vou estar sempre com você Hermione, sempre.

- Como nós ficamos a partir de agora? – ela perguntou enquanto enxugava as lágrimas ainda abraça em Severo.

- Juntos.

0 comentários: