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29 setembro 2009

O Sibilo da Serpente Cap.17

Hermione fechou os olhos e suspirou, porque ela havia agido daquele jeito durante a noite nem ela sabia responder, mas certamente tinha uma explicação, como todo e qualquer animal, Hermione sentiu medo, muito mais medo do que do basilisco, muito mais medo do que no confronto do Ministério, muito mais medo do que qualquer situação pela qual já tivesse passado, ela sentiu medo de si mesma, e a única maneira que encontrou para não expressar esse medo, foi se fechando da pior maneira possível. Ela nunca havia imaginado que seria tão fria com o professor Dumbledore durante toda a sua vida, muito menos com o Harry, a pessoa mais querida para ela dentro dos muros de Hogwarts, ela o tem como um irmão, mas talvez tenha sido melhor assim, talvez tenha que ser assim daqui para frente. Agora ela havia virado sinônimo de perigo para todos que a cercassem.

Mas o que foi aquilo com o professor Snape? Ela conseguiu maltratar a todos menos ele, o que foi aquele quase beijo nos aposentos dele, o que foi aquela queda de máscara que deixou Severo Snape com um aspecto mais humano? Humano... essa era a palavra não saia de sua cabeça. Será que ela ainda era humana? Foi quando a porta do escritório do diretor se abriu e o próprio entrou.

- Gostaria de deixar bem claro que se qualquer coisa der errado, não hesite em me chamar Hermione Granger – ele disse enfatizando o nome – que eu irei te tirar de lá de onde eu estiver. – e dizendo isso ele entregou a ela uma pena de Fawkes e explicou que se ela segurasse a pena e pedisse ajuda, Fawkes o levaria até ela sem problemas.

Hermione olhou para a pena colorida e a colocou no bolso, no momento que ergueu o olhar Dumbledore soube que ela ainda era Hermione.

- Vamos minha criança? – ela meneou a cabeça que sim e com olhos cheios d’água ela se jogou nos braços de Dumbledore e chorou, chorou como se nunca tivesse chorado em toda sua vida e tivesse aquela quantidade torrencial de água guardada em seu peito por muito tempo, e Dumbledore somente acariciava o topo da cabeça dela como uma forma de consolo muda, transmitindo em um gesto o que palavras não poderiam expressar.

Então ela se afastou, enxugou as lágrimas e fez um feitiço para melhorar o aspecto de quem andou chorando, abriu um sorriso de contentamento para o diretor e agradeceu o apoio, e disse que assim que falasse com Voldemort mandaria noticias.

Eles desceram a escada da gárgula e caminharam pelos corredores de Hogwarts, a essa hora já vazios, visto que os alunos foram quase todos para a casa,e os que ficaram, certamente estavam no salão principal, numa comemoração qualquer que Dumbledore havia arranjado para que ninguém notasse a saída dela. Hermione não podia deixar de pensar que aquela poderia ser a ultima vez que ela estaria caminhando nos corredores de Hogwarts, mas mesmo assim procurou não se manter pessimista com relação ao feriado, o que a fez pensar: O que Voldemort fazia no natal? Certamente não era uma troca de presentes feliz. Quando eles chegaram aos jardins, a claridade a incomodou um pouco, o brilho do sol refletido na neve deixava tudo num branco tão branco que ardia só de olhar, e enfim pararam de caminhar na orla da floresta.

- Srta. Granger, já sabe aparatar?

- Sim diretor, passei nos testes com louvor, mas nunca realizei uma aparatação sozinha. Sempre fui acompanhada pelos Weasley.

- Bom eis a chance para testar seus conhecimentos, Fahrah não gostaria de te ver acompanhada, isso só serviria para levantar suspeitas, a senhorita deve aparatar uma quadra depois da casa dos gritos, Fahrah estará te esperando duas ruas depois, vá logo criança e que Merlin a proteja.

- Obrigada diretor. – e com pop ela se foi. Dumbledore só pode suspirar.

A primeira coisa que Hermione fez foi verificar se estava inteira, não estava acostumada com sensação de aparatar ainda, então depois de ver que não faltava nenhum pedaço ela respirou fundo e se lembrou de não vomitar, quando sentiu que havia alguém atrás de si. Com um movimento rápido, ela virou e apontou a varinha para quem quer que fosse e qual não foi sua surpresa em encontrar ninguém menos quem Severo Snape.

- Primeiramente Srta. Granger, gostaria de informar que se quisesse lhe matar já estaria morta a muito tempo, então faça o favor de abaixar a varinha.

- Desculpe professor, eu não sabia que era o senhor.

Snape reparou a mudança dela e não pode deixar de comentar a respeito.

- Parece que alguém deixou a arrogância em Hogwarts. – ele cuspiu as palavras.

- Já estou indo buscá-la então, já que faz tanta questão. – ela respondeu na mesma altura.

- Então vá rápido que eu não tenho o dia todo. – ele disse cruzando os braços e batendo os pés.

- Mas afinal o que você veio fazer aqui?

É claro que ele tinha uma resposta, só não sabia se essa era a verdadeira resposta que gostaria de dar.

- Me dê sua mão. – ele disse com enfado.

- Como? – Hermione disse em um altura considerável. Como assim ele queria sua mão?

- Aperte minha mão garota, não temos tempo. – ele claramente estava irritado.

- Ah essa mão!- ela respondeu aliviada.

- Porque você tem outro tipo de mão agora é? – Hermione optou por não responder e pegou logo a mão dele. Sentiu a forma de um pequenino frasco nela.

- Estamos sendo observados então chegue um pouco para a direita – ele disse quase sem mover a boca. E assim ela fez, e então ele explicou. – Isso é uma poção, um gole serve de antídoto para a veritasserum por três dias, Dumbledore me disse que sua oclumência é boa, mas mesmo assim resolvi te dar isso, assim que estiver sozinha beba, não deixe ninguém ver isso, se essa formula cair em mão erradas estamos perdidos, guarde-a muito bem. – e foi então que Snape percebeu que ainda não havia soltado a mão dela. – Bom, eh, transfigure seu uniforme, pois o único grifinório que você vai encontrar lá é o rato do Rabicho. – ele soltou a mão dela, ela guardou a poção na sua bolsa de mão e transfigurou seu uniforme em um vestido, e sua capa escolar, numa capa social.

- Obrigada professor – ela disse com um brilho nos olhos.

- De nada Granger, e boa sorte. – ela percebeu que ele direcionou o olhar para algo atrás dela, então tomou sua mão, depositou um beijo e aparatou. Hermione ficou minutos olhando para o vazio que Snape deixou, e acariciou as costas de sua mão com um sorriso bobo nos lábios, então virou para trás e viu uma figura encapuzada a alguns metros de distancia, seu coração acelerou e caminhou em direção a ela, quando chegou perto a figura abaixou seu capuz e pela primeira vez viu a mulher de seus sonhos em carne e osso, a mesma lhe dirigiu um sorriso quase que maternal, o Hermione entendeu como bom sinal.

- Achei que não viria mais. – ela dizia olhando nos olhos daquela que parecia ela mesma, a muito tempo atrás.

- Eu disse que vinha.

- Mas deixe-me ver você, você é uma mulher linda sem duvida. Desculpe-me pelos maus modos – disse ela estendendo a mão – Fahrah Mountgormay.

- Hermione Granger – elas apertaram as mãos e Hermione pode sentir uma corrente sutil passando entre elas.

- Minha querida, eu sei que é difícil, mas de hoje em diante você é Lilith Riddle, pelo menos na frente dele. – e Hermione sabia que esse ele atendia pelo nome de Voldemort.

- Pronta?

- Sempre. – e de mãos dadas partiram apara a mansão Malfoy.

Hermione nunca tinha visto uma casa (ou um palácio) com uma arquitetura tão magnífica. Os muros de pedra, as janelas e portas no estilo vitoriano, faziam um conjunto elegantíssimo com o incrível jardim, na mansão que seria o sonho de qualquer garota, ou quase isso...

- Lil... hum, Hermione querida. Não quero me meter na sua vida, mas quem era aquele homem que estava com você? – por um instante Hermione teve medo dela, Fahrah lhe passava a mesma sensação que tinha ao olhar nos olhos de Dumbledore, não conseguiria esconder nada dela.

- Um amigo, um grande amigo. Por quê? – ela tentou falar com enfado, mas não conseguiu.

- Não me pareceu só um amigo, eu sei que ele te deu algo, e é melhor não esconder de mim. Eu quero seu bem, não se esqueça disso. O que ele te entregou? – agora sim ela estava perdida, mas afinal ela era Hermione Granger, o cérebro de Hogwarts!

- Um botão de rosa, ele sabia que eu viria, me deu a flor desejando boa sorte. – e rapidamente puxou um botão de dentro de sua bolsa, uma flor vermelha que ela havia pegado de seu criado mudo antes de sair, ela nem sabia por que, mas pegou mesmo assim, desejando que trouxesse sorte, e realmente trouxe.

- Homens, eles e suas flores não é mesmo? – mesmo assim Fahrah não se convenceu. – Vamos entrar? – Hermione concordou com a cabeça quando sentiu uma voz dentro dela. “Nada irá te acontecer minha querida, eu te prometo.” – Cubra seu rosto, ainda não é hora de ninguém te ver.

Três batidas foram ouvidas, e Rabicho reclamando como sempre foi atender a porta, quando viu Fahrah se assustou.

- Srta. Mountgormay, que prazer recebê-la. – ele disse estendendo uma das mãos. – Vejo que trouxe mais alguém com sigo. – os olhos de rato bem que queriam, mas conseguiram identificar quem era por detrás do capuz. – Por favor, deixe-me ajudá-las com as capas. – seu sorriso amarelo cheio de malicia encarava Hermione que por sua vez somente bufou.

- Pode deixar senhor Pettigrew, eu sei o caminho, suba as malas da minha acompanhante para o quarto ao lado do meu, estarei em meus aposentos, se precisar chamarei um elfo domestico. – e dizendo isso elas começaram a subir o lance de escadas central, que davam para o segundo andar, e mesmo de costas Fahrah sentiu que Rabicho, não tirava os olhos de Hermione, então pousou a mão no ombro dela e disse – E faça um favor a si mesmo senhor Pettigrew, vá tomar um banho sim. – o sorriso amarelo de rabicho murchou no mesmo instante e ele saiu da sala resmungando alguma coisa e se cheirando também. Foi a primeira ver que Fahrah viu Hermione sorrir, e aquilo a deixou feliz. – É por aqui – disse ela virando direita. Hermione nunca tinha visto tantos quartos em um lugar só, nem Hogwarts devia ter tantos quartos assim.

Quando a porta foi aberta ela se deparou com um sonho, uma suíte magnífica, que engoliria com louvor a sua modesta casa em Londres, no canto esquerdo bem no meio havia uma linda cama de casal, feita em madeira entalhada a mão, com um dossel belíssimo que contava com fios de prata, na outra parede um armário com no mínimo umas dez portas, no mesmo padrão da cama, perto da janela, que por sua vez, dava para o jardim dos fundos, havia uma escrivaninha impecavelmente organizada, ideal para qualquer estudante. Hermione nem se deu conta que ainda estava parada na porta observando tudo com a boca entreaberta quando uma voz a chamou de volta a terra.

- De muito bom gosto não acha? Os Malfoy sempre souberam aonde aplicar seu dinheiro. – disse Fahrah sorrindo – Minha querida, não são as melhores palavras para se dizer, mas sinta-se em casa. O seu quarto não é muito diferente do meu, mas ele possui uma coisa que certamente você irá gostar. – Hermione somente olhou para ela meio encabulada – Eu pedi esse quarto para você por dois motivos, o primeiro por que assim você estará perto de mim, e o segundo é que ele possui uma biblioteca. Minhas fontes me disseram que você gosta de ler, e eu achei que não seria de bom tom separá-la de seus livros.

- Obrigada Srta. Mountgormay é muito importante para mim. – e Fahrah notou que ela usava um tom extremamente formal, porém frio. – Mas eu gostaria de perguntar algumas coisas a senhora.

- Lilith querida – ela notou que Hermione torceu o rosto – ainda não chegou a hora, primeiro tente aceitar a idéia, depois iremos aos fatos. Ninguém funciona sobre pressão, e você não deve fugir a regra, você é minha filha, minha única filha. Eu tive meus motivos para não criar você, mas está tudo resolvido agora. Por hora eu quero manter este assunto encerrado, mas eu quero te pedir uma coisa.

- Pois não.

- Não me trate com tanta formalidade, faça de conta que sou uma de suas amigas da escola – Hermione apenas balançou a cabeça concordando – e, por favor, me chame de Fahrah apenas. Tudo bem para você?

- Tudo bem, hum, Fahrah. – ela disse experimentando o nome em sua boca.

- Eu vou descer para mandar trazerem o almoço, já são quase meio dia. Espere-me aqui e cuide para que ninguém a veja, já estarei de volta. – e batendo a porta deixou Hermione sozinha entre os lobos famintos, sozinha e sem a mínima idéia do que estava fazendo ali.

N’A Toca, o delicioso cheiro de assado preenchia o ar, fazendo o estomago de Rony roncar alto.

- Cruzes Ronald, que monstro você cria dentro da sua barriga ein? – Gina Weasley perguntava enquanto jogava uma partida de Snap Explosivo com os meninos.

- Não enche Gina, eu só to com fome.

- Correção você vive com fome Rony. – disse Harry arrancando risadinhas dos gêmeos (que milagrosamente estavam em casa) e de Gina.

- Mas mudando de assunto, Dumbledore realmente não falou porque a Hermione não vem?

- Eu já disse Rony, ele disse que vem pra jantar e que vai explicar tudo pessoalmente. – Harry também estava muito curioso, principalmente depois daquela aparição de Hermione de manhã, mas resolveu esperar sem criar especulações pela primeira vez em sua vida.

- Eu ainda acho estranho esse sumiço dela... – Rony comentava mais uma vez, quando sua atenção foi desviada pelo anuncio que a senhora Weasley fez de que o almoço estava pronto.

O almoço na casa dos Malfoy transcorreu tranqüilo, dois elfos domésticos montaram uma mesa para dois, e quando Fahrah subiu o almoço já estava servido. Elas conversaram sobre triviliadades, Hermione descobriu que ela gostava de literatura trouxa e Fahrah descobriu que a outra defendia os elfos, uma causa um pouco infundada, mas resolveu não comentar.

- Fahrah, eu gostaria de lhe pedir um favor – Hermione despejou de uma vez, afinal elas estavam se dando bem – Quando estivermos só nós duas, gostaria que me chamasse de Hermione, é muito difícil pra mim, assumir alguém que eu não sou.

- Certo, Hermione, posso te fazer uma pergunta? – ela confirmou com a cabeça. – Porque você veio?

- Sinceramente, eu não sei dizer, eu queria te conhecer, mas não imaginei como seria com Voldemort, só pensei nisso aqui.

- Você diz o nome Hermione, um bom sinal. Não dizer o nome da coisa...

- ... Só faz você ter mais medo dela, Harry sempre diz isso. – ela disse com um meio sorriso no rosto, agora demonstrando cansaço.

- Olha, eu conversei com Tom, fiz ele prometer que não te usaria como isca para pegar esse seu amigo. Ele não ficou exatamente feliz com a notícia da sua existência, mas a perspectiva de ter alguém tão ou mais poderoso do que ele no lado das trevas o anima, a idéia de trazer você pra cá foi dele, ele quer te conhecer, te estudar, te treinar. Ele irá te tornar a pupila mais querida dentre todos os comensais – nesse momento uma sombra de espanto passou pelos olhos de Hermione, e Fahrah percebeu isso – eu aceitei tudo isso, mas com uma condição, ele não irá te marcar.

- Então ele acha que eu trabalharei para ele?

- De forma alguma, ele quer somente te ensinar a se proteger. Mas Hermione querida, você está com ele ou contra ele?

- Não sei, ainda – ela ia dizer mais alguma coisa, mas três batidas na porta interromperam a conversa, entretanto a porta não se abriu, e a voz de Lúcio Malfoy foi ouvida atrás dela.

- Srta. Mountgormay, o Lorde pediu para que a chamasse.

- Obrigada Sr. Malfoy, já estou a caminho. – Por um instante Fahrah suspirou e fechou os olhos. – Chegou a hora Hermione. Vamos logo ao encontro de seu pai, e lembre-se, não o chame de Voldemort, pai, ou muito menos Tom, chame-o apenas de

- Milorde, eu sei.

- Vista seu capuz, eu vou estar com você lá querida.

- Obrigada.

Com toda certeza do mundo, se o estomago dela tivesse asas, ele sairia voando nesse instante, seu coração estava acelerado, suas mãos estavam suando e quanto a palidez, se ela ficasse mais pálida do que já estava, ela ficaria transparente. Nessa hora tudo que ela mais queria era a presença da mãe, e de um jeito ou de outro, ela estava lá. Elas entraram num corredor, e pararam na frente da segunda porta a esquerda. Fahrah bateu três vezes e automaticamente a porta se abriu.

Aquilo não poderia ser chamado de escritório, era um mundo de grande e de tão bem decorado que era, mas mesmo a frente de tudo isso, Hermione só podia reparar nele, nada mais nada menos que um homem, virado de costas para elas na frente da lareira, alto, ombros largos e cabelos levemente grisalhos, ela nunca diria que ele era Voldemort, era um homem comum, até ele se virar.

Em um movimento involuntário, Hermione abaixou seu capuz para poder ver melhor. E ela viu, um homem de quase um metro e noventa, forte, totalmente vestido de preto, portador de um rosto quase angelical, se não fosse pelos olhos vermelhos ele passaria tranquilamente despercebido no meio de uma multidão. Ela recobrou a compostura e fez uma reverencia e ele indicou uma cadeira para ela sentar.

- Enfim nos encontramos Srta. Riddle. Devo acrescentar que quando nos vimos não a achava tão parecida com sua mãe.

- De lá pra cá algumas mudanças ocorreram, Milorde. – bom, a voz dele não havia mudado, passava a mesma sensação de medo de anos atrás.

- Lilith Riddle, gostei. Bela escolha de nome Fahrah, muito propicia, já que em algumas culturas Lilith é a filha do Diabo. – ele disse aquilo com algo que parecia ser um sorriso no rosto, só parecia.

Até aquela hora Hermione havia se esquecido de Fahrah e olhando ao redor viu que ela estava sentada num dos bancos do bar.

- Bom agora vamos tratar de interesses, dos nossos interesses, filha. – o sangue de Hermione gelou ao ouvir Voldemort chamá-la daquela maneira.

- Prossiga, por favor. – ela disse olhando nos olhos dele, atitude que impressionou o próprio Voldemort.

- Presumo que Dumbledore saiba que está aqui.

- Presumiu correto.

- E então, o que vai dizer a ele.

- Depende do que o senhor me disser. – Voldemort riu uma risada seca, fria.

- Tem certeza que essa menina é minha filha Fahrah? Se não te conhecesse bem daria para dizer que ela é filha do Snape. – Hermione não achou graça.

- Quem é Snape, Tom? – Fahrah já tinha ouvido aquele nome antes, só não sabia onde.

- Você irá conhecê-lo minha querida, muito breve. – para que ele foi falar isso? Só Merlin sabe. Isso somente serviu para deixar Hermione mais nervosa ainda, se é que isso fosse possível. – Lilith, esqueçamos o Potter por hora e vamos falar de você, só de você.

A tarde transcorreu bem, sem aborrecimentos e constrangimentos, mas as formalidades não foram esquecidas, Voldemort não era o que poderia se chamar de pessoa simpática, mas pelo menos ali, estava longe de ser desagradável. Ele falou de algumas aventuras, alguns conhecimentos de feitiços, debateu algumas coisas com Hermione, a qual ele não abriu mão de chamar de Lilith, dizendo que Hermione a remetia aos trouxas, e ela era uma sangue puro exemplar. Defendeu a sua causa, expondo vários argumentos pelos quais ele lutava, Hermione somente ouviu sem concordar ou discordar, somente fazendo algumas observações, sempre sem expressar opinião. Ele a prometeu o mundo, como sempre fazia com todos, e prometeu a treinar, dizendo que um dia, ela poderia se tornar seu braço direito. Ele, ela e Fahrah, fizeram um brinde ao futuro e nada mais. Foi aí que Voldemort fez um comunicado.

- Não posso arriscar que em um embate próximo, meus comensais machuquem a filha do Lorde das trevas, por isso darei uma festa de boas vindas a você, para que meus amigos a conheçam. - aquilo definitivamente não estava nos planos, mas o que ela poderia fazer? – Vou avisar Lúcio para preparar a festa junto com Rabicho, portanto vá se arrumar, não quero que se atrase.

- Eu te ajudo querida – e Fahrah já caminhando em direção a Hermione quando Voldemort levantou a mão.

- Eu preciso conversar com você, Bella ajudará Lilith a se arrumar.

O semblante de Fahrah se transformou e Hermione notou. – Bellatriz está aqui desde quando?

- Desde hoje à tarde. Você estava ocupada, então me desculpe se não lhe comuniquei antes. – Sua estava carregada de sarcasmo, ele pegou a varinha e fechou os olhos, poucos segundos depois batidas foram ouvidas na porta, que se abriu.

- Me chamou mestre? – a voz de Bellatriz Lestrange perguntava, enquanto a mesma olhava para Fahrah com um brilho estranho no olhar.

- Bella, gostaria que conhecesse uma pessoa – ele disse indicando Hermione com a mão. – Lilith Mountgormay Riddle, minha filha.

O mundo de Bella acabou, o chão abriu sob seus pés, o Lorde das Trevas tinha uma filha, e o nome do meio dela era Mountgormay, era a filha dele com a outra. Mas aquela não era a amiga do menino Potter? O semblante de Bellatriz passava uma tristeza tão profunda que Hermione decidiu falar.

- Muito prazer senhora Lestrange, é uma honra encontrá-la sem a varinha em punho. – ela tentou sorrir – Bom me acompanhe, por favor. – e dizendo isso saiu puxando Bellatriz pelo braço até o seu quarto.

Chegando lá ela trancou a porta e perguntou: - Você está bem?

- Me perdoe Milady, só estou um pouco surpresa, mas a senhora não é...

- Hermione Granger, a melhor amiga de Harry Potter, sou eu mesma. Situação estranha não? – Hermione dizia enquanto apertava a mão de Bellatriz. – Bom o Lorde das Trevas, vai dar uma festa de boas vindas para mim, e pediu que você me ajudasse a me arrumar. Sabe como é mulheres festas, vestidos... Eu trouxe dois não sei se vão cair bem, você tem algum que possa me emprestar? – Bella olhava para ela com a boca entreaberta – Eu estou nervosa não estou? – disse Hermione bufando e se jogando na cama.

- Está sim Milady, mas isso é normal, quando eu recebi a marca, também estava muito nervosa e...

- Por favor, não me trate assim, não me chame de Milady, muito menos de senhora, eu só tenho dezessete anos.

- Não sei se o Lorde Das Trevas iria aprovar isso.

- Então pelo menos não me chame assim quando estivermos sozinhas, tudo bem?

- Ok, então a chamarei como?

- Só de Lilith.

- Então Lilith vamos a escolha do vestido.- Bellatriz se animou um pouco com a espontaneidade de Hermione, e depois de experimentarem 20 vestidos cada as duas escolheram sua vestes, Hermione iria usar um vestido azul marinho, da mesma cor de seus olhos “atuais”, com um lasco do lado direito que ia até a metade da coxa, lasco que ela desaprovou, mas graças a insistência de Bellatriz acabou por não aumentar o tamanho, as costas eram transpassadas com fitas, detalhe esse que acabava somente quando a curva do bumbum começava a aparecer e o decote, bem é melhor não comentar sobre o decote.

- Não, não e não, eu me nego a usar esse decote. – Hermione estava um pouquinho corada , já que agora ela não conseguia mais ficar vermelha.

- Está lindo e você vai usar ele assim mesmo, eu comprei e nunca usei, certamente ficou bem melhor em você do que em mim.

- Então você vai usar o vestido que eu escolhi para você.

- Eu uso, é só mudar a cor.

- Quantas vezes eu vou ter que repetir Bellatriz, você não vai de preto. O trato é o seguinte, eu vou com esse vestido, você vai com aquele vermelho mesmo. – e ela estendeu sua mão.

- Feito – disse Bellatriz, apertando a mãos dela.

- Agora vamos ao banho, pois eu já estou ouvindo barulho lá embaixo.

- Sim senhora, Milady. – Disse Bellatriz se esquivando do travesseiro que vinha em direção a ela, e batendo a porta rindo.

Quem diria que Hermione Granger fosse se dar tão bem assim com Bellatriz Lestrange. E pensando nisso ela foi se banhar.

- Dumbledore, Lucio entrou em contato comigo, haverá uma festa na mansão Malfoy, e nós bem sabemos o motivo. – dizia a cabeça de Severo Snape flutuando na lareira no escritório do diretor.

- Vá meu filho e me traga boas notícias, mande lembranças a Hermione, Severo. – dizia o velho diretor com cansaço no olhar.

- Eu darei Dumbledore, eu darei.

Severo Snape se olhou o espelho, não estava nada mal, suas vestes a rigor, eram pretas, com detalhes em verde-musgo, e adornos de prata (nem um pouco sonserino), suas botas pretas, e seu cabelo em rabo-de-cavalo, lhe davam um ar completamente medieval. Ele pegou sua capa no cabideiro e partiu para a mansão Malfoy.

Quando chegou nos jardins, parou e pensou, porque, afinal das contas, tinha que ter beijado a mão dela? A mão mais delicada que ele já tinha visto, nem as mãos de Lily eram tão encantadoras quanto as dela, mas afastou esses pensamentos quando ouviu a música tocando e decidiu entrar.

Os mesmos rostos, as mesmas pessoas ele pensou, nada muda nas festas do círculo das trevas, Lucio e seu ar esnobe, McNair e sua arrogância, Rosier e os Carrows reunidos em um canto, Crabbe e Goyle pai, um pouco atrás de Lucio, sem saber o que fazer ao certo, Brown confabulando com Lestrange, Rabicho tentando ouvir a conversa deles, Bellatriz, que milagrosamente não estava de preto, sentada em um canto bebendo. Esses eram os Comensais da linha de frente do Lorde das Trevas.

- Severo, é muito bom te ver, como está? – era Narcisa Malfoy,em mais uma de suas tentativas inúteis de jogar charme para cima dele.

- Muito bem Narcisa como pode perceber- Disse ele com seu azedume natural, dando graças que Lucio estava se aproximando.

- Severo, meu caro amigo, como sempre de bom humor. – por mais que se odiassem desde a infância, ele e Snape sempre se deram bem. – Vamos beber alguma coisa. – Severo não pode deixar de perceber que ele ignorou completamente a esposa.

- Problemas conjugais meu amigo? – ele perguntou depois que pediu uma dose de Firewhisky

- Os de sempre meu caro, os de sempre. Sabe Narcisa e eu nunca nos demos bem realmente, mulheres são seres... – a música parou, conseqüentemente, todos sabiam o que aquilo queria dizer, o Lorde das Trevas iria descer e realmente ele desceu, de máscara. Todos estranharam aquilo, ele nunca usava máscara, nunca.

- Meus caros amigos, boa noite. – dizia ele de um jeito bem alegre – Hoje é um dia de comemorações, de grandes e boas novas eu digo. Eu finalmente consegui uma coisa que tanto almejava. Eu consegui um corpo, não um corpo igual ao quando me reergui, um corpo humano.- e dizendo isso ele tirou a máscara, arrancando expressões surpresas de quase todos os presentes. – Bom e aqui estou eu, em um novo corpo, e com mais poder, e isso meus amigos, só serve para reafirmar uma coisa, nada é impossível para Lorde Voldemort. – e muitos tremeram de ouvir o nome dito por ele mesmo – Gostaria também de apresentar a vocês a primeira e única esposa do famoso Conde Drácula, Rainha dos Reis dos vampiros e minha companheira, - dessa parte Bellatriz não gostou – Fahrah Mountgormay. – Fahrah desceu as escadas de um jeito tão encantador que arrancou olhares de todos, incluindo de Bellatriz, que a olhava com ódio, e se posicionou no lado esquerdo de Voldemort. – E finalmente , quero lhes apresentar a razão dessa comemoração fora de época, a pessoa que me proporcionou motivos para festejar, minha filha, Lilith Mountgormay Riddle.

Então ela desceu as escadas divinamente, ela possuía uma aura encantadora, estava no seu auge, ela simplesmente mortificou a todos. Aquilo bastou para Rabicho cair da cadeira, Lucio engasgar, Narcisa tentar um desmaio e Severo sorrir. Ela se posicionou a direita de Voldemort e procurou Severo com o olhar, quando o achou não pode evitar de sorrir, ele lhe retribuiu com um aceno de cabeça.

- Que o baile comece então. – disse Voldemort se retirando mais para o fundo do salão, só para ver qual seria a reação das pessoas com sua filha, e não demorou muito. O primeiro a chegar perto dela foi Lucio, com seu charme barato, pediu uma dança,a qual ela negou, depois McNair, depois Rosier, depois Brown até que chegou a vez de Severo tentar.

- Me concede esta dança Milady? – disse ele fazendo uma reverencia.

- Com prazer, professor Snape. – disse ela colocando uma das mãos em seu ombro e ele a puxando pela cintura. Eles nunca haviam estados tão próximos assim.

- O meu nome é Severo. – ele falou bem próximo ao ouvido dela.

- E o meu é Hermione. – ela respondeu a altura, então começaram a dançar.

Fahrah reconheceu de imediato o amigo de sua filha, e achou aquilo um tanto inusitado... E Voldemort, por sua vez não gostou nem um pouco do que viu, nem um pouco.

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