“A vida é como um altar de pedra, Onde sacrifícios são impostos Onde sangue é derramado, Sim, é duro viver, A eternidade é obscura, Rosas negras brotam da terra infértil, Sim, seremos para sempre corações negros Em busca de vidas para tombar, Vidas para sugar, A alma humana é perecível... Embora pareça, nada é eterno Os corvos pairam sobre as nuvens... Os anjos da dor descem, E o azul do dia torna-se negro... A vida é como um altar de pedra, Onde sacrifícios são impostos Onde sangue é derramado, O nosso sangue é derramado. A guerra é a única saída...” Ela sabia de quem havia lhe mandado aquele poema, ela conhecia bem aquela caligrafia. Afinal, ele ainda não a havia convencido a lutar. Bom, aquela escolha ela já havia feito há muito tempo. Sim, ela finalmente se decidiu, iria ficar ao lado dele com certeza. Não poderia ser diferente, não agora com a história de Lilith, ela sabia que ele não a amava, ele nunca fora capaz disso, mas ele ficaria feliz ao saber que a profecia foi concretizada. Se ele fosse capaz, ficaria. Ela poderia sentir seus olhos brilharem de ambição ao saber que havia uma princesa, uma princesa das trevas, para conduzir um reinado tão poderoso. Era isso que a preocupava. Ela pegou a rosa que estava em sua cama, era uma linda rosa negra: “Ao menos sabe a minha cor favorita”, pensou, e sentiu um cheiro diferente naquela rosa. Era sangue e era fresco. Ela abriu um sorriso, sorriso esse que revelou seus caninos afiados, e passou a língua delicadamente sobre as pétalas, se levantou e, como de hábito, se olhou no espelho e não havia nada lá. “Tenho que perder essa mania de uma vez. Afinal, Fahrah, já faz mil anos que você não se vê!”. E com esse pensamento, saiu de seu quarto, quarto que não era como os outros... OoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoO - Milord, o senhor mandou me chamar? – voz de Lúcio Malfoy estava levemente trêmula, mas nem por isso deixava de passar sua habitual confiança. - Sim, mandei Lúcio - Voldemort não passava ira em sua voz e sim uma estranha sensação a todos os presentes. Estava cortante como nunca, e sua frieza não era a habitual, era muito maior. Nenhum dos comensais ousara lhe dirigir a palavra naquela manhã. – Quero que você prepare o seu melhor quarto, mas tem que ser escuro, decoração ao meu modo. Receberemos uma visitante ainda essa semana. - Sim, Milord, estará tudo pronto amanhã mesmo. - Ótimo, quanto mais cedo melhor. OoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoO Dumbledore estava pensativo, por sua cabeça lhe corriam vários pensamentos de uma vez só. Sim, ele sabia que a menina era especial e que não parecia uma aluna comum, mas o fato de ela ser grifinória era um ponto altamente questionável no caso, pois se o que Severo lhe disse era verdade, certamente ela deveria ter sido selecionada para a Sonserina... Mas, e a família dela? Ela não era trouxa? Sua cabeça estava um verdadeiro redemoinho, ele não sabia o que achar. Ele a conhecia, e sabia que na jovem não corria sequer um fiapo de maldade, e que certamente ele iria ficar do lado deles. - E então, Alvo? – Severo Snape parecia esgotado. – O que você me diz? - Severo, é realmente... – ele parecia confuso, mas inesperadamente um sorriso surgiu em seu rosto, o que fez Severo lhe olhar com espanto. – é realmente perfeito! - Perfeito? Você está maluco velho? – ele exaltou seu tom de voz. - Sim, Severo, perfeito. E não, não estou maluco – o diretor passava uma confiança em sua voz, totalmente inabalável. - Alvo, você sabe de quem estamos falando? – Severo estava abismado com aquela situação. - Sei Severo, estamos falando de Hermione Jane Granger, nossa melhor aluna grifinória dos últimos cem anos. – O diretor parecia estar se divertindo com tudo aquilo. - Não, Alvo, estamos falando de Lilith Mountgormay Riddle, a princesa da dinastia das trevas. – Snape já estava irritado com tudo aquilo. - Eu sei quem ela é. O que eu me pergunto é se Voldemort sabe. E respondo: claro que ele não sabe. – Dumbledore parecia estar convicto do que estava falando. - Se não sabe Alvo, vai saber... – ele parecia desanimado – Ele vai vir atrás de sua herdeira. - Será que você não percebe, Severo? – ele estava com os olhos brilhando – Ela está do nosso lado! Sempre esteve, temos a solução da guerra em nossas mãos! - Alvo, a profecia diz que quando ela souber, ela mudará, e, sinceramente, eu temo que não seja somente a aparência... – o professor encarava o nada, seus olhos estavam perdidos – Se ela se aliar a ele, estaremos perdidos, você sabe quem é mãe dela, certamente ela mudará completamente por conta disso. - Severo, quanto às mudanças de Hermione, poderemos resolver. – ele e sua velha confiança – Nós sabemos que no caso dela, isso só começa a aparecer depois da maioridade completa. Afinal, Severo, Voldemort não é um vampiro. - Ele não, mas Fahrah é. – ele estava tentando acreditar no que Dumbledore dizia – E você sabe, como eu sei, que ela não é simplesmente mais uma vampira, ela é a rainha deles! - Eu sei de tudo isso, Severo, mas levemos em conta a conduta de Hermione, ela é uma pessoa boa. - ele já se levantara – Agora eu vou levá-la de volta à Grifinória, escreva tudo o que conseguir lembrar sobre a profecia, amanhã mesmo contaremos tudo a ela. – Snape abriu a boca como se fosse se opor, mas Dumbledore falou primeiro – Severo, se não agirmos logo, quando ela descobrir, vai achar que nós a traímos, e o que menos queremos é perder a confiança de Hermione, certo? - Sim, Alvo, faça o que achar melhor – ele já havia se deixado levar pelo diretor – Amanhã estarei com a profecia em mãos. - Ótimo, Severo, realmente ótimo! – ele já estava caminhando em direção ao quarto do professor de Poções. Chegando lá, Dumbledore encontrou uma doce menina, dormindo, com os cabelos espalhados sobre um travesseiro fofo. Hermione aparentava muita inocência. Era uma pena que aquilo acabaria em breve. A face da grifinória estava tão calma, e ela parecia estar sorrindo. Sim, ela estava sorrindo, devia estar tendo um belo sonho. Dumbledore não queria imaginar como seria a realidade dela a partir de agora. Era realmente uma situação terrível. O diretor virou-se e encontrou Severo Snape pensativo, escorado na soleira da porta. - Vai ser muito duro para ela... – ele parecia perdido. - Nós dois sabemos disso. – ele caminhou até o homem a sua frente e pôs as mãos em seus ombros – E você sabe disso melhor do que eu. - Jogo duplo não é vida para ninguém – ele tinha o olhar frio, parecia estar se fechando para o mundo – Ela ainda é uma menina... - Eu sei Severo, e preciso muito da sua ajuda. – Snape lançou um olhar de indagação ao diretor – Ela não tem nenhuma experiência e preciso que você fique ao lado dela para protegê-la. Mas esse assunto não é para ser discutido agora, creio que já tivemos muitas emoções por hoje, e ainda temos uma escola para dirigir. – ele forçou um sorriso – Já está quase na hora do café. O sol já havia nascido e Severo Snape ainda não havia dormido. Sorte que era sábado e não teria aulas para dar. Mas será que conseguiria dormir? Aquela era uma pergunta que, com certeza, teria uma resposta negativa. Dumbledore lhe desejou bom dia, como se isso fosse possível. Agora, era só pensar e pensar até encontrar uma maneira de manter Hermione segura, mas porque afinal, ele estava agindo daquela maneira? Isso ele fez questão de omitir para si mesmo. Ele tinha medo da resposta. Ele, Severo Snape, com medo, realmente era uma coisa nunca vista antes, mas agora era totalmente diferente... E ele se pegou ainda escorado na soleira da porta de seu quarto, pensando em como sua cama ficara vazia sem aquela bela figura...
29 setembro 2009
O Sibilo da Serpente Cap.9
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